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Nascida em Brasília, revista Bric-a-Brac será relançada

Criada em 1985, a Bric-a-Brac é um projeto de poesia experimental que apoia-se na tradição e inovação, por meio das mais diversas linguagens e formatos artísticos ao longo de cada edição

Nascida em Brasília, a revista Bric-a-Brac será relançada nesta quarta-feira (13/7), no Beirute da 109 sul, das 16h às 22h. A edição especial Bric XXII chega para comemorar o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, pois não havia momento melhor para fazer emergir novamente a revista que sempre apostou na livre manifestação do modernismo brasileiro.

Criada em 1985, a Bric-a-Brac é um projeto de poesia experimental que apoia-se na tradição e inovação, por meio das mais diversas linguagens e formatos artísticos ao longo de cada edição. Com hiato iniciado em 1993, volta a circular este ano com a proposta de retomar o espaço para experimentações, por meio da poesia libertária, e valorizar a diversidade cultural e a igualdade de gênero, de raça e sexual.

Luis Turiba, editor da revista, fala a respeito do árduo processo de produção. "Foram nove meses de pesquisas e escolhas (novembro de 2021 a maio de 2022). A 'ilha de edição' foi Belo Horizonte, mas parte do trabalho foi continuado em Brasília", afirmou em entrevista. A Bric XXII contou com um apoio publicitário do GDF e de algumas empresas da capital. "A participação do secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, foi importantíssima para a realização desse projeto", lembrou Turiba.

O pau-brasil sangra foi o título escolhido para estampar a capa da revista. A provocação da expressão dialoga em conjunto com fotografia por Xico Chaves, cujo destaque revela a seiva vermelha da árvore. A primeira impressão é clara: a poesia já se mostra antes de sequer começar a folhear as páginas, pelo retrato da natureza angustiada sob os incêndios e ataques dos exploradores da região amazônica e do Pantanal. O editorial segue com a premissa de um manifesto anti-violência: impactante, "amar-se não é amar-se" é a primeira frase exposta ao leitor.

Entre as atrações da Bric a Brac figuram textos de memória do modernismo de Augusto de Campos, a instalação Poéticas leituras de João Diniz e Bel Diniz, dez livros preciosos sobre o modernismo da biblioteca de Antonio Carlos Secchin, carta de Paulo José Cunha para Torquato Neto, entrevista com Antonio Risério sobre marketing político e poemas de Alice Ruiz e Antonio Cícero.

São 110 páginas de cores e explosões estéticas, tomadas por artistas e escritores que externalizaram os próprios sentimentos e ideias no papel. Poemas de formatos e tamanhos variados, textos reflexivos sobre arte e cultura nacional, artigos, histórias, ilustrações, fotografias, entrevistas e conversas informais com artistas e jornalistas, colagens, cartas, manifestos, ensaios poéticos e contos memoriais compõem o conteúdo modernista, crítico e inclusivo da Bric-a-Brac 2022.

A escolha do Beirute como local para o relançamento não foi ao acaso. O bar já foi palco de encontros onde muitas ideias para a Bric emergiram. "O local é um ponto de cultura da cidade, todas as tribos se encontram lá", explica Luis Turiba. "O evento será um encontro de várias gerações poéticas brasilienses. A Bric-a-Brac é um legado da geração cabeça dos anos 1980. Espero rever e reencontrar muita gente".

Saiba Mais

Relançamento da revista Bric-a-Brac

A Bric XXII será lançada hoje (13/7), no bar e restaurante Beirute, das 16h às 22h