Em 1962, um desenho animado propunha vislumbrar a futurística vida dos seres humanos dali a 100 anos, no ano de 2062. Com a premissa diametralmente oposta aos famosos Flintstones, nnascia Os Jetsons. George, patriarca da família, inicia a animação com 40 anos de idade, o que significa que o protagonista nasceria no ano de 2022. O Correio comparou as tecnologias atuais com as da produção para analisar se a era dos Jetsons, de fato, chegou.
Com o sucesso dos Flintstones, família animada que vivia na idade da pedra, os criadores William Hanna e Joseph Barbera arriscaram imaginar como seria a vida humana no futuro. Os Jetsons chegaram ao canal estadunidense ABC em 1962. À época, o projeto durou apenas uma temporada, mas foi o suficiente para entrar no imaginário popular e tornar-se o arquétipo do futuro. O sucesso fez com que o desenho voltasse a ser produzido nos anos 1980 e ganhasse um filme em 1990. No Brasil, a obra foi exibida no canal aberto SBT e reprisada de forma que várias gerações de crianças pudessem imaginar a vida com carros voadores, tecnologias incríveis e robôs.
Sabe-se que George Jetson, o amoroso e desastrado pai de família, tem 40 anos completos em 2062, ano no qual o desenho se passa. Isso significa que o protagonista nasce em 2022. Ainda que não haja consenso da data precisa, discute-se que o marido de Jane e pai de Judy e Elroy tenha nascido entre o fim de julho e início de agosto. Para comemorar a chegada da era dos Jetsons, confira as tecnologias propostas por Hanna e Barbera há 60 anos que já estão entre nós.
Vídeo-chamada
As vídeo-chamadas foram fundamentais para que a sociedade continuasse a funcionar durante a pandemia. Organizações usaram o recurso, escolas passaram a dar aula remota, e as pessoas puderam matar a saudade de quem estava longe. A tecnologia, incorporada à nossa realidade social em 2022, era futurística o bastante para ser usada pelos Jetsons.
Tevê de tela plana
Eletrodoméstico comum em várias casas mundo afora, a televisão de espessura finíssima que conhecemos não era uma realidade em 1962. O desenho criado por Hanna e Barbera era transmitido em aparelhos robustos de tubo, que tiveram vida longa no Brasil e começaram a sumir no início do século 21. Faria sentido imaginar que, um século depois, o aparelho ficaria mais leve e com menos espessura.
Smartwatch
Relógios de pulso eram um artigo de moda em alta nos anos 1960. Era preciso ter acesso às horas para viver em um mundo sincronizado e acelerado. Os Jetsons se perguntam, então, se aquele objeto poderia fazer muito mais do que indicar horas e minutos. A resposta veio nos anos 2010, com os smartwatches, ou relógios inteligentes, que se assemelham a um celular de pulso.
Robô aspirador de pó
Em alguns episódios do desenho, podemos ver Jane, matriarca da família, ativar um pequeno robô que, com destreza, aspira a casa e a deixa livre de poeira. Hoje, os pequenos e incessantes robôs já podem ser vistos perambulando pelas casas brasileiras. Ainda que seja uma tecnologia recente, os modelos têm se tornado mais acessíveis.
Carros voadores
Um dos maiores clichês quando se trata de retratar o futuro em produções audiovisuais, os carros voadores são o veículo padrão no mundo dos Jetsons. Em 2022, ainda não há veículos como aqueles em circulação no céu, mas a promessa já existe. A Eve, empresa de mobilidade aérea urbana da Embraer, anunciou que lançará os primeiros carros voadores brasileiros em 2026. Em 2035, a empresa prevê que mais de 200 carros voadores estejam disponíveis para transportar 4,5 milhões de passageiros em mais de 100 rotas anualmente.
Robôs
Rosey, a robô faxineira, é a alma do desenho. A produção era voltada às crianças, mas eram os pais que sonhavam com a prestativa secretária do lar movida a bateria. Assim como os carros voadores, os robôs ainda não são corriqueiros, mas há empresas na luta para que se tornem. A Aeolus Robotics anunciou um robô doméstico que, por coincidência, muito se assemelha ao formato humanoide de Rosey.
Jetpack
Se as tecnologias do desenho conquistavam pela funcionalidade, o jetpack ganhava as crianças pela potencial diversão. Colocar uma mochila nas costas e voar, assim como Elroy, era o sonho de consumo dos pequenos espectadores. Hoje, a tecnologia é real. A empresa JetPack Aviation vendeu, em 2021, unidades para militares de um país do sudeste asiático.
*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel
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