A briga judicial entre Iran Ferreira, conhecido como Luva de Pedreiro, e o seu ex-empresário Allan Jesus teve mais um capítulo nesta terça-feira (26/7). A juíza Flávia Viveiro de Castro, da 2ª Vara Cível da Barra, no Rio, comandou uma audiência de conciliação, mas não houve acordo. A informação foi confirmada ao Estadão pelo advogado do influenciador, Plínio Lemos Jorge.
O ex-empresário pede R$ 20 milhões na Justiça para encerrar o acordo com Iran, que agora é agenciado pelo ex-jogador de futsal Falcão. O valor é superior ao da multa rescisória estabelecida no contrato assinado em 25 de fevereiro: R$ 5,2 milhões.
A intenção do representante do Luva de Pedreiro era que o ex-empresário Allan Jesus ficasse com 45% de todos os contratos fechados antes do rompimento entre as partes. O contrato de exclusividade era válido até 2025. Mas a proposta não foi aceita nesta terça-feira. Com a negativa do acordo, o processo, a partir de agora, passa para a fase de intrução.
"Depois da audiência de hoje (terça) em que as partes não chegaram a um acordo, nós iremos demonstrar para a juíza que o Iran não poderia ter assinado o contrato sem a orientação de um advogado. Ele não tem capacidade técnica para entender os direitos e deveres estabelecidos pelo contato e com isso obtermos a anulação total dos acordo firmados", explicou o advogado Plínio Lemos Jorge, ao Estadão.
Advogado especializado em direito societário, contratual e econômico, Emanuel Pessoa afirma ao Estadão que há base legal para que o contrato seja anulado ao longo do processo. "Do ponto de vista jurídico, eu me surpreenderia bastante se, uma vez apresentada a reconvenção, o Luva de Pedreiro não conseguisse a anulação do contrato com base no vício de consentimento denominado 'lesão', que é quando alguém celebra um contrato desfavorável em função da sua patente inexperiência."
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Entenda o caso
Com mais de 30 milhões de seguidores nas redes sociais, Luva de Pedreiro terminou as relações com o empresário Allan Jesus após ambos entrarem em rota de colisão por questões financeiras em junho. Apesar de ter fechado acordos milionários, com empresas como a Amazon e a Pepsi, o influenciador teria na conta corrente somente R$ 7,5 mil. O agente negou irregularidades e afirmou que alguns pagamentos a seu cliente estão programados para o mês de julho e que o montante a ser recebido chegaria a R$ 2 milhões.
Natural de Quijingue, pequena cidade de 27 mil habitantes a 320 quilômetros de Salvador, na Bahia, Iran Ferreira ganhou destaque nas redes com vídeos publicados no Instagram e no Tik Tok. Em um campo de várzea, ele mostra a sua habilidade com chutes no ângulo, seguido do bordão "receba!".
Autointitulado Luva de Pedreiro - adereço que começou a usar para imitar os jogadores se protegendo do frio no inverno europeu -, os vídeos do jovem rapidamente se tornaram virais no mundo da bola - e até fora dele. Neymar, jogadores do Bayern de Munique, Nenê (Vasco) e até o filho de Cristiano Ronaldo já reverenciavam o talento do baiano, que é o influenciador de futebol mais seguido no Instagram (17 milhões).
De lá para cá, Iran Ferreira passou a crescer cada vez mais nas redes e a ser chamado para eventos: teve a oportunidade de assistir à seleção brasileira jogar no Maracanã, andou de avião pela primeira vez, viu a final da Liga dos Campeões entre Real Madrid e Liverpool em Paris e lançou uma linha de roupas casuais.
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