Festval CoMA

Segundo Rico Dalasam, CoMA é o único festival que entendeu sua música

Enquanto se prepara para o lançamento de novo álbum, rapper volta ao Festival CoMA com a turnê do bem sucedido ‘Dolores Dala guardião do alívio’

Ândrea Malcher*
postado em 27/07/2022 10:17 / atualizado em 27/07/2022 10:17
Rico Dalasam toca em Brasília no dia 7 de agosto -  (crédito: Divulgação/Nelson de Castro)
Rico Dalasam toca em Brasília no dia 7 de agosto - (crédito: Divulgação/Nelson de Castro)

Dolores Dala guardião do alívio (DDGA) foi um dos principais lançamentos em 2021. Figurando em diversas listas de melhores lançamentos do ano, o álbum introduziu e reintroduziu ao público o cantor e compositor Rico Dalasam. Co-responsável pelo hit do carnaval de 2017, Todo dia, junto a Pabllo Vittar, o artista voltará à cena em uma nova obra, Fim das tentativas. “É uma retomada, não é começar tudo de novo. É retornar ao que é meu”, disse Dalasam ao Correio.

O Festival CoMA recebe a turnê de DDGA em agosto, a segunda vez de Rico no evento. O rapper se apresentou na primeira edição, em 2017, ano em que o próprio diz ter sido o último para várias coisas. “O CoMA foi o primeiro e último grande festival que eu toquei. Toquei na noite do Emicida e foi um show bastante caloroso.”

Com mais de 126 mil ouvintes mensais no Spotify, Braille sozinha soma mais de 5 milhões de reproduções na plataforma. O primeiro single da nova era, 30 semanas, já supera 272 mil visualizações no YouTube.

Uma possível explicação é levantada por ele mesmo. “Minhas músicas vêm sendo muito bem recebidas. Esse momento não é de rebranding e os festivais não entenderam a narrativa, mas o CoMA entendeu.”

Rico sobe ao palco do CoMA no domingo (7/8), mesmo dia que nomes como Gal Costa, Samba Urgente com Leci Brandão, Jovem Dionísio, Remobília e Bala Desejo. Estar entre artistas expressivos é exatamente onde o rapper tem que estar.

Em 2020, cinco anos após se apresentar ao Brasil com o EP Mundo diverso, Dalasam ganhou o Prêmio Multishow de Canção do ano com o maior sucesso de DDGA, Braille. “Braille dá o estopim para eu voltar a fazer algo legal. O disco foi feito durante a pandemia e no fim de 2021 comecei a turnê. Esse é o primeiro festival em cinco anos, então trago outro som, estética. O show vai ser uma catarse emocional.”

O cantor fala de outro som pois, mesmo em excursão com DDGA, ele já se prepara para mais um lançamento: Fim das tentativas. Céu, Tuyo e Baco Exu do Blues são algumas das participações antecipadas por Rico.

“Queria fechar um ciclo, mas não é um DDGA parte 2. O álbum anterior veio para reposicionar meu poema, imagem e fazer artístico para mim e para o mundo”, explica. Com certeza ele foi bem sucedido na missão. Dolores Dala guardião do alívio mostrou ao mundo como Rico se debruça sobre diversos assuntos que lhe atravessam e um dos mais evidentes é sua visão sobre amor e relacionamentos.

Fim das tentativas será outro capítulo dessas vivências. “É primeiro entender como me fazer amável, apesar das marcas. Depois me refazer amável, para amar outra vez. É o que eu sei sobre o amor, são dois álbuns maiores que a minha imagem.”

O rapper retorna com outras sonoridades. Em 30 semanas é possível notar que Dalasam rima ao som de um piseiro na faixa. “É o som da periferia, o que se ouve agora. É uma musicalidade que te põe para dançar. Estou nesse clima de diversão."

A mistura é o que interessa ao artista e, segundo o próprio, se apresentar no CoMA é importante, não só pelo prestígio com que o evento o traz de volta, mas também pelas possibilidades de troca. “A capacidade de criar move a arte, reunir as pessoas é quase que formativo. Cada festival tem sua demanda e poder celebrar e pensar na música e suas possibilidades é o que torna diferente.”

“Música conta a história de um tempo, é capaz de criar uma certa anestesia. Braille é simples, mas é cheia de informação. Não anestesia, mas vai te fazer pensar. A riqueza está nesse mosaico fazendo a história ser contada”, finaliza.

Ao longo do mês, o Correio fará, nos meios on-line e impresso, um passeio entre as atrações do Festival CoMA, traçando um retrato dos artistas e a relação com Brasília e o evento. Entrevistas com Remobília, Vitor Ramil, Braza, ÀTTØØXXÁ e Urias já estão disponíveis.

*Estagiária sob a supervisão de Nahima Maciel

 

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