Música

Documentário na STAR+ relembra os 40 anos de carreira dos Titãs

Os 40 anos de carreira dos Titãs são relembrados no documentário Bios. Vidas que marcaram a sua, que estreia nesta sexta da Star+

Pedro Ibarra
postado em 27/07/2022 06:00 / atualizado em 27/07/2022 10:46
 (crédito: Roosevelt Cassio/Divulgação)
(crédito: Roosevelt Cassio/Divulgação)

Uma das maiores bandas da história da música brasileira e representante da memória da geração do rock de 1980, os Titãs completam 40 anos em 2022. Eles preparam lançamentos e até um novo álbum de inéditas para marcar o aniversário especial. Nesta semana, o documentário Bios. Vidas que marcaram a sua chega a Star+ como uma das iniciativas da banda. O público poderá acompanhar o passeio pela carreira do grupo, a partir desta sexta-feira (29/7), na plataforma de streaming.

Produção da National Geographic, o documentário tem a intenção de destrinchar a vida e trajetória de pessoas ou grupos importantes para a história da cultura popular latino-americana. Titãs é o primeiro nome brasileiro de uma série, que contou com a intimidade de figuras como Mercedes Sosa e grupos como o colombiano Aterciopelados e o mexicano Café Tacvba.

Eles entendem que é uma forma diferente e muito privilegiada de relembrar a própria carreira. "A gente passa muito tempo relembrando as nossas histórias, mas essa biografia trouxe a qualidade de mostrar as diversas visões, os ex-integrantes, os jornalistas, os bastidores. O mesmo assunto foi comentado por pessoas diferentes, visões diferentes e isso foi muito importante para gente", afirma Tony Bellotto, um dos remanescentes dos Titãs originais ao lado de Sérgio Britto e Branco Mello.

Com o documentário, eles não só tiveram a chance de rever os momentos e os amigos que ficaram pela estrada, mas também a experiência de reviver partes da trajetória, ter contato com momentos bons, como os grandes shows, e ruins, como a perda precoce de Marcelo Fromer. "Pudemos voltar para lugares também muito importantes para a gente como o pátio do colégio Equipe, onde começou a banda, ou no Sesc Pompeia, onde fizemos os primeiros shows, ou o teatro da Biblioteca Nacional, onde, definitivamente, fizemos nosso primeiro show", conta Britto.

Foi o lugar deles perceberem a importância que tiveram durante esses 40 anos de estrada. Como um grupo de adolescentes que tocava no pátio do colégio virou uma banda seminal da história do rock brasileiro, relevante até os dias de hoje. "Toda nossa trajetória contextualiza a escolha de fazer um documentário sobre a gente e toda a nossa relevância para a música brasileira como representantes de uma época de transformação do Brasil", analisa Bellotto. "Os Titãs são diferentes de todas as outras bandas que eu conheço na história do rock e da música. A formação, todos serem compositores, eram cinco cantores, são coisas pouco usuais na história do rock", adiciona Branco.

Essa trajetória eles não fizeram sozinhos. Participam do Bios diversas figuras importantes para o desenvolver do que se tornaram os Titãs. A produção reúne entrevistas exclusivas com os ex-integrantes Arnaldo Antunes, Nando Reis, Paulo Miklos, Charles Gavin e André Jung e é regida pela jornalista e apresentadora Sarah Oliveira. "Foi um prazer mergulhar na história deles. Sempre fui fã dos Titãs porque meu pai ouvia em casa. Porém, conheci os Titãs quando estava trabalhando na 89 FM, meu primeiro emprego, eu tinha 18 anos", lembra a ex-Vj da MTV.

Para Sarah, os Titãs são uma daquelas bandas seminais, que não fazem firulas, falam na cara e que arrombaram a porta e entraram direto na história da música brasileira. "É uma banda que acompanhou 40 anos de história do Brasil, muitas gerações. É única no cenário musical do país, não existe outra que tenham feito isso com tantos integrantes deste jeito", reflete a jornalista musical. "Os Titãs tem uma mística e uns mistérios por trás. Eles são os nossos Rolling Stones", comenta.

Cronistas do cotidiano

A banda começou ainda na ditadura e viveu o estouro inicial no período da redemocratização do país. Eles fazem parte de uma geração que é símbolo, que fazia rock para os jovens, que, enfim, estavam livres, que queriam e podiam falar tudo que bem entendessem. "A nossa geração do rock dos anos 1980 veio no período de redemocratização, após uma terrível e horrenda ditadura", lembra Bellotto. "Quando o Cabeça Dinossauro estoura, ele está dando voz a toda uma geração que tinha contato com a liberdade", completa.

Independentemente do que ficou pelo caminho, a essência da banda permanece. "A gente sempre se permitiu fazer a crônica do nosso tempo, então a gente vai continuar falando da época que estamos vivendo", pontua Sérgio. Isso realmente continua nos versos de Caos, primeiro single do novo disco da banda,  lançado ainda em 2022. Eles fazem duras críticas a realidade atual do Brasil e prometem mais para o álbum. "Titãs faz isso de forma única", diz Branco.

O documentário é uma aula, segunda Sarah. Ela acha que ver como a banda funciona é entender o que falta no Brasil. "Ensinam o que é saber viver em coletividade. Mostrar como é importante ouvir o outro", explica. "Os Titãs vieram justamente para o chavão de quebrar paradigmas", conclui.

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