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Série passa o assassinato de Daniella Perez a limpo

Pacto Brutal: O assassinato de Daniella Perez estreia na HBO Max e promete a verdade do caso que chocou o Brasil em 1992

Pedro Ibarra
postado em 21/07/2022 07:37 / atualizado em 21/07/2022 10:07
 (crédito:  HBO Max/Divulgação)
(crédito: HBO Max/Divulgação)

Há 30 anos, um assassinato chocou o Brasil. A jovem e promissora atriz Daniella Perez foi encontrada morta em um matagal no bairro do Recreio dos Bandeirantes no Rio de Janeiro. No ápice da carreira até então, a artista vivia o sucesso da personagem Yasmin de De corpo e alma quando foi brutalmente assassinada por Guilherme de Pádua, ator que vivia Bira, o par romântico dela na novela. Esse triste caso será revisitado a partir desta quinta (21/7) na HBO Max com a série documental Pacto Brutal: O assassinato de Daniella Perez.

Em cinco episódios, a série promete elucidar as partes obscuras do crime praticado no final de 1992. "A situação ficou em um lugar muito perigoso entre o que era fantasia e o que era realidade, afinal, as pessoas que liam sobre poderiam achar o que elas quisessem", afirma o codiretor Guto Barra. "Nós queríamos passar a limpo essa história, contá-la de maneira correta e resgatar a memória da Dani", acrescenta.

A série tem depoimentos de pessoas ligadas ao caso como delegados, policiais e testemunhas, além de forte presença da mãe de Daniela, a autora de novelas Glória Perez. "É muito importante que essa série tenha sido feita para que a verdade fosse perpetuada. A gente tem 30 anos com a mentira nos holofotes, em mil versões fantasiosas diferentes", aponta Tatiana Issa, também codiretora do projeto. "As pessoas sabem muito por alto e o que ficam são as inverdades. A gente está fazendo isso para que as pessoas saibam quem é a Daniella", completa.

Além das figuras chave também foram entrevistados nomes que fizeram parte de todo o desenrolar do processo. Família, amigos próximos, o viúvo da atriz Raul Gazolla, Claudia Raia, Fábio Assumpção, Maurício Mattar, Cristiana Oliveira e Eri Johnson participam do documentário. "Pessoas que nunca haviam falado sobre isso desde o momento que viveram em 1992. Pessoas que guardavam essa dor há 30 anos no peito", conta Tatiana Issa.

Pacto Brutal apresenta uma balança entre o horror da morte e a delicadeza de quem foi essa artista que teve a vida ceifada cedo demais. "A gente precisava separar e saber o quanto são fatos e quanto são sentimentos. Esse balanço é muito importante na série", conclui Issa.

Mãe e militante

Os diretores da produção destacaram o papel imprescindível de Glória Perez para que o assassinato fosse desvendado.” “A principal coisa que nos atraiu para série foi o papel que a Glória exerceu nas investigações”, diz Guto. “Uma sacada muito rápida no dia do crime mudou tudo. Ela percebeu que se ela não arregaçasse as mangas e fosse ela mesma atrás da verdade, talvez a gente nunca tivesse sabido o que ocorreu naquela noite”, complementa o diretor, que comenta que um episódio é apenas focado nessa questão.

Glória Perez foi até o fim, fez um abaixo-assinado, publicou os autos do processo e foi por conta dela que a lei mudou e crimes como o assassinato da filha dela foram considerados hediondos no Brasil. “Para gente é um grande foco a história dessa mãe e dessa pessoa forte”, pontua Barra.

Contudo, houve um cuidado para mostrar os dois lados de Glória, que apesar de ter se esforçado muito para alcançar o que conseguiu, também era uma mãe passando por um dos piores sofrimentos possíveis, a perda de uma filha. “A dor de uma mãe e a luta de uma mãe. Esses dois elementos eram importantes estarem igualmente balanceados”, comenta Tatiana. “Tivemos 18 horas de depoimento com a Glória. Tinham momentos em que falávamos de forma pragmática e correta sobre a lei e os detalhes do caso e outros em que estávamos falando com uma mãe que ainda sofre”, finaliza.

Foi de Perez que surgiu a forma como decidiram organizar o ritmo da série e ela dá todo o tom que foi explorado pelos diretores. “A Glória sempre falou que a delicadeza da Dani, uma bailarina, era contrastada com a dureza e a brutalidade do caso. A gente tenta replicar isso na série, trazer momentos delicados que destoam com momentos de brutalidade”, reflete Issa.

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