O nome de Hellen poderia ser vendido como o de uma nova artista de Brasília. De certa forma, há uma novidade que vem envelopada pela vontade de recomeçar. Raquel Reis (não confundir com a soteropolitana Rachel Reis) decidiu adotar o nome do meio, Hellen, e dar novos rumos à bem-sucedida carreira musical iniciada na cena local com o álbum de estreia, Quitinete, em 2017.
Em um momento que classificou como mais maduro, Hellen conversou com o Correio sobre a transição da carreira e como enxerga o novo momento. “Acredito que o principal motivo por trás da mudança foi a transformação pessoal que eu tive durante os últimos anos de pandemia”, diz.
A cantora também é designer visual e convidou a videomaker Maria Ferraz para produzir um vídeo que comunicasse ao mundo que uma nova persona emergia do período de isolamento. Muito perfeccionista, como a própria se enxerga, Hellen resolveu adotar o nome do meio e repensar o que queria da carreira. “Agora eu tenho um time junto comigo que está construindo um planejamento de carreira, pensando nos próximos anos, algo que eu nunca tinha feito antes.”
O repertório da Raquel não será descartado, mas Hellen explica como as referências musicais desse período de transição vazam para as músicas já conhecidas do público. “Vou manter as músicas do meu primeiro trabalho, só que com uma pegada nova e transformada, num flerte entre R&B, soul e pop. Soft pop seria a melhor denominação, porque é algo mais sereno. R&B foi a sonoridade que me fez querer transformar a carreira.”
Influenciada por atuais nomes do gênero, como Daniel Caesar, Olivia Dean, H.E.R e Giveon, Hellen usou a reclusão pandêmica para compor novas músicas que acompanham essa etapa da carreira. Ela antecipa, ainda cercada de mistério, que um EP está no horizonte. “Será completamente dentro da nova identidade sonora e ele me inspirou muito a querer fazer essa transformação para além de sonora, vindo para o visual e nome artístico.”
A persona Hellen vem quase como uma criação conjunta com a mãe, que queria que ela carregasse o nome. Por uma intervenção do pai, acabou nascendo Raquel Hellen. Segundo a cantora, a mãe se inspirou na escritora e ativista Hellen Keller, a primeira pessoa surda e cega da história a conquistar um bacharelado, na hora de batizar a filha. “Minha mãe tinha um sonho de ser mãe e eu tenho o sonho de fazer música. Nada mais lindo do que unir dois sonhos. Eu queria muito colocar um nome só, para trazer essa força e transmitir essa coragem desse novo momento.”
Hellen ainda não revela maiores detalhes sobre o próximo capítulo da trajetória, mas garante que, mesmo com as mudanças trazidas pelo passar das primaveras, algumas coisas seguem iguais. “Eu acabei de completar 25 anos, então a maneira como eu vejo o amor agora é um pouco diferente da Raquel Reis que compôs adolescente o primeiro álbum. Compus Quitinete com 16 anos. Agora com 25, sigo falando de um tema que pulsa em mim intensamente e que mais me inspira”, finaliza.
*Estagiária sob a supervisão de Nahima Maciel
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