Brasília já é a capital do rock, mas periodicamente se torna a capital do blues também. O Festival República do Blues chega a 8ª edição em Brasília e traz alguns dos principais nomes do gênero para o gramado do Eixo Cultural Ibero-Americano (antiga Funarte) no sábado e domingo.
Entre as atrações estão as cantoras Tulipa Ruiz e Fernanda Abreu, o grupo argentino Escalandrum, o músico norte-americano Lil Jimmy Reed, a cantora brasiliense Ellen Oléria, entre outros nomes que passam desde a cena local até o nível internacional.
O evento é gratuito, a entrada é mediante a doação de um quilo de alimento não perecível. A cantora Tulipa Ruiz acredita que é essencial ter iniciativas como o República do Blues para que a arte chegue com força para todos os públicos e para o blues ser fomentado para mais gente. "Democratização dos acessos, formação de plateia, ocupação das ruas com arte. Da maior importância um festival tão bacana ser realizado desta maneira", afirma a cantora em entrevista ao Correio.
A cantora acredita muito na proposta do festival e está muito feliz de chegar a cidade para tocar Blues. "Fiquei muito feliz de ter sido convidada para o festival, pelo fato do blues de alguma maneira, ou de todas, fazer parte da minha formação musical e da minha banda. Ouvir blues dá vontade de tocar, de improvisar. Cresci em rodinhas de improviso de blues", conta. "A importância de um festival com essa temática é a formação de plateia, a mistura de públicos e o encontro entre as bandas", completa Tulipa.
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Ao Correio, Tulipa Ruiz comentou sobre o blues, o festival, o Brasil, a carreira e o futuro. Confira a entrevista:
A sua música passeia por diversos lugares e referências. Onde mora o blues no seu coração?
Meu pai e meu irmão (Luiz Chagas e Gustavo Ruiz) são guitarristas, então muita coisa do blues conheci com eles. Buddy Guy, B.B. King, Jeff Beck, Clapton. Meu pai, além de guitarrista, é jornalista e tradutor. A primeira tradução da biografia da Billie Holiday, Lady sings the blues, é dele, então Billie está na minha vitrola e na cabeceira desde que eu era pequena. Amo Ella Fitzgerald e na adolescência ouvi o Kozmic Blues da Janis Joplin até furar.
Como você acredita que o fomento da cultura gratuita com grandes nomes da música do Brasil pode ser importante para o país em tempos como os que vivemos?
Estamos todos acompanhando o desmanche da cultura e da educação nos tempos atuais. Existe um projeto de desmanche direcionado diretamente aos trabalhadores e trabalhadoras da cultura e da educação em nosso país. Estamos sendo apagados, machucados, desmoralizados e silenciados. Projetos que fomentem a cultura gratuita devem ser celebrados e amplificados, pois contribuem para a formação cidadã de nossa sociedade.
Qual sua relação com o público de Brasília? O que podemos esperar do seu show?
Amo tocar em Brasília, sempre sou recebida de um jeito muito amoroso. Para este show, vamos tocar as mais cantadas dos meus quatro discos. É uma turnê de despedida desse repertório, porque daqui a pouco eu entro em estúdio para gravar disco novo.
Você está há algum tempo sem o lançamento de um trabalho mais longo. Como você está passando este hiato? No que tem se debruçado?
Eu lancei minha marca, a Brocal, e mergulhei no universo da moda e objetos criativos desdobrados da minha música. Lancei um café especial chamado Dois Cafés, que é um blend de dois grãos e também o nome de uma música minha e as coleções Fio me e Aconteceu de caber para a Casa de Criadores, um dos maiores eventos de moda autoral da América Latina. O isolamento da pandemia, a ausência de shows por conta disso, me fez ter tempo e foco para esses projetos paralelos. Mas eu não vejo a hora de começar a gravar o disco novo e esse ano ainda trarei novidades.
Há algum planejamento para lançamentos futuros?
No segundo semestre, vou lançar o álbum visual de Efêmera remix, revisitado por onze produtoras e produtores musicais que admiro, para comemorar os dez anos do disco e logo mais começo os trabalhos do disco novo, que talvez ainda saia esse ano. Para esse ano também, criarei uma nova coleção da Brocal para a Casa de Criadores.
República do Blues
Amanhã e domingo, a partir das 16h30. No gramado do Eixo Cultural Ibero-Americano (antiga Funarte). Entrada mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível. Classificação
indicativa livre.
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O navio de Jão na capital
O mais quente nome da música brasileira, Jão, apresenta, hoje, o show Pirata, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, a partir das 21h. Com mais de 3 milhões de ouvintes mensais nas plataformas de áudio e esgotando datas da excursão no Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Uberlândia e agora em Brasília, o artista levará ao palco o pop sofrência que o consagrou nos álbuns Lobos, Anti-herói, e o mais recente, que leva o mesmo nome da turnê.
O cantor é o primeiro a esgotar quatro shows no Espaço das Américas, casa de shows paulistana com capacidade para 8 mil pessoas. E, após uma temporada de apresentações em festivais como o MITA, Turá e Lollapalooza, Jão afirmou, em entrevista ao Correio, que o show de hoje marca uma nova etapa da excursão.
"Esse show é a volta oficial da turnê depois de uma fase de shows em festivais. Então estou muito ansioso pra entrar de novo no meu barco e apresentar esse show para Brasília!", comenta o cantor, previsto, ainda, para subir ao Palco Sunset do Rock in Rio em setembro.
Essa é a sexta visita do músico à capital e os números do álbum Pirata indicam que o público está longe de cansar de Jão: em 24h de lançamento, o disco atingiu a marca de 4,9 milhões de reproduções e as três obras da carreira ultrapassam 100 milhões de streams.
Serviço
Piratas, show de Jão, hoje, a partir das 21h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães
*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco