Nesta terça-feira (12/8), a partir das 20h, o Sesc Garagem, na 913 Sul, abre as portas para que o forró da cantora e rabequeira Maísa Arantes contagie o público. A apresentação marca o lançamento do EP Peripécia brasileira, primeiro da carreira solo da artista. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria.
Maísa Arantes condensa uma vida artística dedicada ao forró e ao estudo de ritmos populares brasileiros no EP solo Peripécia brasileira. Participante ativa e fundadora de diversos projetos musicais, como o grupo Chinelo de Couro, a artista imprime, agora, uma coleção de qualidades no inédito projeto solo. Nas faixas, Maísa empunha a rabeca, instrumento no qual é conhecida como expoente no Brasil, e dá voz às letras que, na grande maioria, são autorais. Para celebrar o marco de início de carreira, um show especial de lançamento ocorrerá nesta terça-feira, Sesc Garagem.
Ainda que o interesse profissional pela música só tenha sido formalizado aos 18 anos com o ingresso na Escola de Música de Brasília (EMB), Maísa narra que o casamento entre ela e o forró estava traçado bem antes da própria vida. Mais precisamente, no nascimento do pai: "Meu pai quase morreu no parto. Foi aquele tipo de parto difícil. Quando ele nasceu, minha avó achou que ele ia morrer e pediu para que a parteira o batizasse. Ela escolheu o nome de Luiz Gonzaga". A artista completa, em tom divertido: "Imagina você com um pai chamado Luiz Gonzaga, igual ao Rei do Baião".
O destino estava fadado ao forró, bastava pavimentar o caminho. Com passagem pela EMB e pela Universidade de Brasília, Maísa escolheu instrumentos incomuns para ressoar as melodias que compunha. A princípio, a artista optou pelo oboé. Um problema na mandíbula, entretanto, a impediu de realizar a embocadura adequada. A trajetória seguiu com o pífano e, em uma fuga dos sopros, desembocou na rabeca. Este, ainda que não seja visto como tal, é um marco na instrumentação do forró. Longe do glamour do trio zabumba, sanfona e triângulo, o instrumento de cordas, que muito se assemelha a um violino, causa estranheza e interesse a quem ouve o singular ronco que ele emite. "O forró foi considerado patrimônio imaterial cultural no ano passado. A rabeca entra como um dos instrumentos característicos do forró, de acordo com o estudo do Iphan, que durou diversos anos. Isso é legal porque dá um amparo. Muita gente diz que só a sanfona é típica, mas não é verdade. Mesmo antes da sanfona, tinha a rabeca", afirma a rabequista.
O EP, fruto de um financiamento coletivo bem-sucedido, terá o merecido lançamento em um show especial proporcionado por um edital de ocupação aberto pelo Sesc. Garantido o espaço, Maísa tratou de preparar o espetáculo, com a ajuda de uma grande equipe, a qual faz questão de exaltar: "Tem umas 16 pessoas envolvidas. É um trabalho que a gente faz com muitas pessoas, não dá para ser só meia dúzia. Tem os músicos, tem a equipe de iluminação, equipe de som, montagem de som. É todo um processo". O trabalho de produção traz a ansiedade de poder entregar uma apresentação à altura do público: "A gente está com a expectativa de que vai ser lindo. Vai ficar maravilhoso do jeito que as pessoas merecem e que a gente gosta".
*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco
Show de Maísa Arantes
Dia 12 de julho, às 20h, no teatro
Sesc Garagem — Via W4 Sul
Quadra 713/913, Asa Sul, Brasília. Ingressos à venda na bilheteria
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