Amor

Ex-Titãs, Paulo Miklos fala ao Correio sobre novo disco e amor

Em entrevista ao Correio, Paulo Miklos fala sobre o novo disco, os projetos, o olhar sobre a cultura e sobre o período da pandemia

Pedro Ibarra
postado em 05/07/2022 06:00
 (crédito: José de Holanda/Divulgação)
(crédito: José de Holanda/Divulgação)

É cantando sobre amor que Paulo Miklos apresenta o quarto álbum da carreira, o segundo após anunciar a saída dos Titãs, banda em que tocou por 34 anos. Intitulado Do amor não vai sobrar ninguém, o disco flerta com o pop, mas traz a essência do ex-titã, com todas as vivências e referências formando as letras e as músicas.

O álbum, lançado em maio, teve excelente recepção dos fãs e da crítica especializada, segundo o próprio artista. O fato já se reflete  nos shows que Miklos têm feito pelo Brasil. "Acabo de levar pela primeira vez para o palco o repertório do novo disco e vi gente cantando comigo as músicas novas! Isso é que dá sentido a tudo", conta em entrevista ao Correio. "Isso é que dá sentido a tudo", completa.

"Do amor não vai sobrar ninguém é sobre a convivência amorosa, a amizade necessária e liberdade de escolha", explica o músico. Ele afirma que é um álbum para o público, mas com um caráter muito íntimo. "Trato desses temas de maneira confessional, sou eu falando, com sinceridade, através das canções", comenta.

Ao Correio, Paulo Miklos falou sobre os temas do álbum, as referências, a carreira de ator e, principalmente, sobre o amor que canta a plenos pulmões nesta nova fase.

Entrevista Paulo Miklos

Com um título forte, você chega ao quarto disco solo da carreira. Acredita que do amor não vai sobrar ninguém?

Não tenho nenhuma dúvida! (risos) Ninguém passa pela vida ileso, imune ao amor. E é pelo afeto e pela empatia que encontramos as respostas para esse nosso tempo tão controverso.

Como esse álbum te atravessou durante o processo e o que você acredita que ele vai atravessar o público?

Todas as canções de Do amor não vai sobrar ninguém foram compostas durante a claustrofobia do isolamento imposto pela pandemia, por isso mesmo elas são tão desejosas de um mundo ideal, liberto de preconceitos, respeitoso, empático e democrático. Para mim, elas foram libertadoras e assim eu espero que inspirem outras pessoas.

Falar de afeto é algo mais complicado do que parece. Como você encontra o tom verdadeiro para o tema? Como você enxerga o afeto e o amor?

Acredito que seja justamente porque eu parto da minha experiência pessoal. Falo sobre o que eu vivo ou vivi, das pessoas queridas que eu conheci e as que fazem parte da minha vida. Continuo acreditando que uma canção pode mudar a nossa vida pela sensibilidade. Então, ao mesmo tempo que deixo fluir nas composições meus sentimentos mais verdadeiros, também trabalho para evoluir como pessoa, como cidadão, homem, esposo, pai e padrasto.

Você é um músico criado no rock, mas que explora as mais diversas formas musicais em torno do gênero. Como você entende a sua musicalidade e o lugar em que você intersecciona o rock e o pop?

Eu faço parte de uma geração que buscou muito pelas novidades do mundo. Nos reuníamos para ouvir os discos. Mas também com forte influência da música popular brasileira. Principalmente nas letras. E outra poderosa fonte de informação foi o rádio. Além de toda a música pop internacional e brasileira bem popular.

Com 40 anos de carreira, como você percebe a indústria musical hoje? O que de novo ainda te move?

Tem muita coisa nova interessante e muita música antiga redescoberta pelas gerações mais jovens. As redes sociais e a internet trouxeram a chance de deixar nossa curiosidade voar livremente. Se você quiser, pode pesquisar por quase tudo nas plataformas digitais. Para um amante de música como eu, que vou da música erudita à música folclórica, é uma farra!

Ainda sobre o tempo de carreira. O amadurecimento é natural, mas a sua carreira continua com o frescor do novo. O que te move?

A paixão pela música e pela atuação. A realização artística. Compor esse punhado de canções e me sentir transformado. Depois, em consequência, tocar a sensibilidade das pessoas e oferecer uma nova trilha sonora para uma nova maneira de enxergar o mundo.

Para além da música você se aventura na atuação também. Como os seus dois lados artísticos dialogam?

Sinto que são complementares. São como uma linha contínua que se estende do intérprete das canções até o intérprete dos personagens. Hoje estou muito realizado filmando um longa-metragem e, no momento seguinte, defendendo as canções do novo disco no palco.

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