Cantora hondurenha, que iniciou a carreira em Brasília, como vocalista do grupo BSB Dico Clube, Indiana Nomma se tornaria uma intérprete eclética. Colocou sua voz grave e poderosa a serviço da MPB, do blues e do jazz em shows que fez aqui na cidade e, depois, ao radicar-se no Rio de Janeiro. Um marco em sua trajetória é o tributo que tem prestado, há mais de 20 anos, a Mercedes Sosa, nome icônico da música latino-americana.
Recentemente, em apresentação no estúdio La Maison, no Rio, Indiana levou sua admiração por La Negra às últimas consequências. Acompanhada pelo violonista André Pinto Siqueira gravou, ao vivo, o álbum Mercedes Sosa: A voz dos sem voz. O álbum reúne 10 canções emblemáticas do repertório da cantora argentina. O registro, feito pela Mills Records, chega às plataformas digitais no dia 8 de julho, data de aniversário da homenageada.
Años, do cubano Pablo Milanez, abre o CD. Na sequência ouve-se Los Hermanos (Ataualpha Yupanqui), Si se calla el cantor (Horacio Guarany), Alfonsina y el mar (Ariel Ramires e Felix Luna) e Gracias a la vida (Violeta Parra). O repertório traz, ainda, Unicórdio e La maza (Silvio Rodriguez), Como la cigarra (Maria Elena Walsh), Volver a los 17 (Violeta Parra) e Canción con todos (Armando Tejada Gomez e Julio Cesar Osella).
"É importantíssimo manter viva a memória de Mercedes Sosa, por se tratar daquela que se tornou a voz dos sem voz, ao cantar músicas que falavam sobre injustiça, violência, desigualdade, sobre os desaparecidos das ditaduras e das guerras", ressalta Indiana. "Mercedes foi o elo entre os países de língua hispânica e o Brasil, que, infelizmente, continua virado de costas para o resto da América Latina", acrescenta. O show de Nomma, registrado em disco, é considerado o "tributo oficial", por Agustin Matus, neto de Mercedes e produtor cultural.
Mercedes Sosa — A Voz dos em voz
Álbum de Indiana Nomma e André Pinto Siqueira, com 10 faixas. Lançamento da gravadora Mills Records mas plataformas digitais.