Depois do rastro de desastre deixado na fictícia ilha Nublar, há quatro anos, no filme com o investimento de produção na casa dos US$ 165 milhões, o diretor (e produtor) Colin Trevorrow reassume o comando da franquia Jurassic World, que, no novo capítulo, ganha o intertítulo de Domínio. Com o último filme de 2018, a franquia chegou à ordem de US$ 5 bilhões em renda, tudo a partir de personagens criados por Michael Crichton.
Agora, acabada a onda de confinamento de pterossauros, t-rex e afins, vista em O mundo dos dinossauros (2015), e é anunciado um mundo em confronto, no qual os imensos bichanos milenares não disputam terreno apenas entre si, mas protagonizam a nova realidade da convivência com seres humanos.
Vários núcleos de personagens sem contato inicial despontam no filme. Considerada a "propriedade intelectual mais valiosa no mundo", a inconformada e jovem Maisie (Isabella Sermon), vive, há anos, clandestina, e traz em si um DNA diferenciado que estimula especulações sobre sua saúde. Maisie vive sob a guarda do aventureiro com ares de cowboy Owen (Chris Pratt) e da pesquisadora Claire (Bryce Dallas Howard).
Movido por debates sobre revolução genética moderna, o novo filme trará o reencontro entre os solitários Alan Grant (Sam Neill) e Ellie (Laura Dern). Ambos servem (ao lado do amalucado matemático interpretado por Jeff Goldblum) ao encontro de gerações de personagens projetados no cinema desde 1993, e que está contemplado na fita. Na trama do filme surge o indício de uma praga de gafanhotos capazes de acoplarem características de seres do período cretáceo — fator, que ameaça criar a escassez de comida no planeta. O veterano Campbell Scott dá vida ao CEO Lewis Dodgson, à frente de empresa que emite sinais (leia-se "choques") para o controle dos dinossauros. Alarmantes dados ambientais mobilizam a curiosa especialista em paleontologia Ellie, convidada para testemunhar a realocação de vida selvagem (leia-se, os dinossauros), num campo perigoso.
Um sequestro de importante personagem e perseguições de dinossauros à moto pilotada por Owen movimentam o enredo. A força da personagem Claire vem como grande atrativo no filme gerado por um roteiro mecânico e por fracos esboços de relações humanas. À espreita, os dinossauros fazem prevalecer a bestialidade.