Com a intenção de colocar Brasília na rota de colecionadores e investidores do mercado de arte nacional e internacional, a Feira Brasília de Arte Contemporânea (FBAC) ocupa o Espaço Cultural Renato Russo, a partir de hoje, com a participação de 13 galerias, sendo 12 de Brasília, e uma programação que traz palestras com especialistas em investimento, colecionismo, sistema da arte e de mercado editorial, além de oficinas com artistas visuais.
Mais de 600 obras estarão disponíveis para compra nos estandes que reúnem as galerias A Pilastra, ArtBSB Escritório de Arte, Bento Viana Galeria, Casa Albuquerque Galeria de Arte, Galeria Clima, Galeria Index, Galeria Risofloras, Oto Reifschneider Galeria de Arte, Papel Assinado, RAXIV Galeria, Referência Galeria de Arte, Sanagê Esculturas e Tachotte&Co.
Na programação de palestras, o público poderá aprofundar o conhecimento sobre mercado de arte com Felipe Feitosa, diretor sênior da SP-Arte, e com Nei Vargas, pesquisador especializado em coleções privadas de arte contemporânea. Criadora do Método de Planejamento Artístico, Adriana Braga vai falar sobre a reinvenção do mercado em consequência da pandemia de covid-19. De Brasília, participam Lucas Gehre, organizador da Feira Dente, e Cinara Barbosa, professora da Universidade de Brasília (UnB).
Para Onice Moraes, idealizadora da FBAC, o Centro-Oeste tem um mercado latente que justifica uma feira de arte contemporânea. Segundo ela, outras iniciativas ocorreram anteriormente, mas sem insistência na periodicidade e na formação de público e de mercado.
"O que dá a impressão equivocada de que a população do Distrito Federal é um mercado irrelevante. Muito pelo contrário, aqui existem dezenas de galerias de arte independentes, um sem-número de artistas e um centro universitário que, além de formar artistas, forma também historiadores, curadores e críticos de arte reconhecidos pelo mercado nacional e internacional", explica Onice, que também é a proprietária da Referência Galeria de Arte. "Brasília tem um IDH elevado, um público que lota exposições institucionais e privadas, colecionadores privados com acervos importantes que circulam por outros centros urbanos levando estudiosos a pesquisar seus acervos."
Além dos estandes com as galerias, a FBAC terá também um espaço para publicações independentes montado no mezanino da Praça Central do Renato Russo, com apresentação de editoras e autores do mercado alternativo de Brasília, e o projeto Radar, parceria com o Correio Braziliense com foco em dar visibilidade a artistas que trabalham nas Regiões Administrativas e não têm representação nas galerias do Plano Piloto. Para aproximar colecionadores e o Museu da República, a FBAC também terá uma Wishlist destinada aos compradores que queiram adquirir obras para doar à instituição. Nos próximos sábado e domingo, a FBAC recebe a Feira Livre de Troca de Fotografia. Para participar, basta levar cinco fotografias de 20cm de altura.
A intenção de Onice Moraes é que a feira se torne um evento do calendário de arte da cidade. "Para não sermos apenas exportadores de artistas e de acervos. Nesse sentido, o empresariado e o público desempenham um papel importante", diz. "As feiras atraem não só o público local, mas também pessoas de outras regiões, movimentando as economias locais." A curadora também lembra que comprar arte pode ser um investimento e feiras são bons momentos para analisar o cenário e ter uma noção de como funciona o mercado.
Feira Brasília de Arte Contemporânea
De hoje 3 de julho, sempre das 12h às 20h, no Espaço Cultural Renato Russo (Asa Sul CRS 508 Bloco A, Asa Sul)
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