O cantor Danilo Cutrim, vocalista das bandas Forfun e Braza, lançou, no dia 14 de junho, Somos um, primeira música em carreira solo. O single, disponível nas plataformas digitais, abre as portas para o primeiro álbum do artista, que deve ser lançado ainda neste ano.
Ainda que a certidão de nascimento de Danilo aponte a Bahia como estado natal, o eclético artista foi moldado pela criação no caldeirão cultural que foi o Rio de Janeiro dos anos 1980. No início dos anos 2000, o pop punk praiano, que recebeu a alcunha de Riocore, teve Danilo, à frente da banda Forfun, como um dos maiores porta-vozes. Anos depois, ainda com o grupo, o artista desligaria a distorção da guitarra e se aventuraria no reggae e em ritmos brasileiros, sem nunca fugir do clima litorâneo característico da juventude frequentadora do Posto 9 de Ipanema. O quarteto se dissolveu em 2015, mas deixou uma fagulha, que tão logo se tornaria Braza.
A nova banda, que conta com três dos quatro integrantes do Forfun, trocou o oceano Atlântico por um mergulho no mar caribenho. Ritmos jamaicanos foram incorporados à mistura, sem deixar de lado o multiculturalismo do Brasil, a qual o nome do grupo faz alusão. O grupo segue em atividade nos dias de hoje. Em paralelo, no ano de 2019, Danilo se juntou ao violonista Jean Charnaux para formar o duo de samba DaBossa. A praia seria, então, trocada pelo caráter urbano do centro do Rio de Janeiro. Em um resgate do arquétipo do malandro carioca, Danilo se cobriu de correntes, chapéu e camisa social para recriar a era de ouro da cidade. Agora, o artista encontra na Tijuca, dele e de Tim Maia, o funk e o soul, presentes na faixa Somos um, primeiro single do cantor em carreira solo. A música abre as portas para um álbum de inéditas, que será lançado ainda em 2022.
A carreira artística de Danilo encontrou, ao longo dos anos, sentido no coletivo. Não à toa, a ideia de lançar um trabalho solo nunca havia cruzado a mente dele. A provocação nasceu dos companheiros de banda e do amigo Jean Charnaux: “Eu compus um samba e mostrei para o Jean Charnaux. Ele achou que ela deveria ser para um trabalho solo meu. Ninguém nunca tinha me falado isso. Outra música, que eu compus para o Braza, recebeu uma reação parecida. Eu mostrei para os caras e eles curtiram, mas também acharam que não cabia na banda. Era muito sobre mim”. A semente do projeto solo foi, então, plantada. O repertório saltou de duas músicas para a casa das dezenas. Danilo aponta o estudo do violão como outro fator importante na nova caminhada: “Eu comecei a fazer músicas inteiras, do início ao fim. Eu acho que tem muito a ver com o íntimo, de coisas que são minhas mesmo e eu quero passar. Acho que tem a ver, também, com o meu estudo musical, de ter aprendido violão, que é um instrumento muito maneiro e que se basta; você consegue fazer voz e violão e desempenhar o papel de uma banda toda”.
Ainda sem data prevista de lançamento, o álbum do cantor se chamará Azul e será composto por 11 faixas. Danilo trabalha nos últimos toques da obra, que deve ser lançada ainda em 2022. Sem amarras ou ideias pré-concebidas, Danilo pode, na nova empreitada, explorar os diversos interesses musicais presentes em uma formação eclética. "O disco está muito brasileiro. Tem muito forró, tem bossa nova, tem samba. Cada música tem uma cara, eu acho que é esse o conceito do disco", afirma o cantor.
Mesmo dividido entre os trabalhos no Braza, DaBossa, Dubrazilis e no estúdio Neblina, o cantor está confiante que vai encontrar tempo para excursionar um show do novo projeto: “É um disco que funciona com voz e violão, então é muito viável. Se eu quiser fazer uma apresentação assim, tanto no Rio de Janeiro, quanto em outros lugares, vou eu e o violão”. O artista confirma, contudo, o desejo de apresentar as músicas acompanhado por banda para realçar o caráter dançante das faixas.
Somos um, de Danilo Cutrim
*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel
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