De Ceilândia para o Brasil

Celebração do hip-hop em Brasília: Emicida faz show único neste sábado

Emicida; rapper X, do Câmbio Negro; Japão, do Viela 17; Atitude Feminina; Dj Gabj e Dj Raffa se apresentam no Sesc Rap, evento gratuito com ingressos esgotados no Sesc Ceilândia

Pedro Ibarra
postado em 18/06/2022 06:00 / atualizado em 18/06/2022 08:38
 (crédito: Wendy Andrade/divulgação)
(crédito: Wendy Andrade/divulgação)

Um dos maiores artistas da atualidade no Brasil, Emicida vem a Brasília para um show único, neste sábado (18/6). O cantor é a atração principal do Sesc Rap, evento gratuito com ingressos esgotados no Sesc Ceilândia. Ele traz a turnê do disco AmarElo, sucesso de público e crítica. Mais importante que isso, o músico é peça chave da celebração da cultura hip-hop de Ceilândia, região conhecida nacionalmente como referência no gênero.

Dividem o palco com o rapper X, do Câmbio Negro; Japão, do Viela 17; Atitude Feminina, Dj Gabj e Dj Raffa. Artistas da periferia de Brasília, que construíram com as próprias mãos a história da cultura de rua do Distrito Federal. Nomes que lutaram para que o hip-hop tivesse um espaço na cidade e que exportaram a música local para outras periferias do Brasil.

"Ceilândia, desde que surgiu o rap no Brasil, tem um papel de destaque por meio de seus artistas", afirma Japão, líder do grupo Viela17. Ele destaca a importância desse evento chegar a Ceilândia. "Ter um evento desse porte na cidade só reafirma a força e representatividade que ela tem, acredito que não teria no DF um palco tão representativo quando as terras ceilandenses", acrescenta, reiterando que respeita todos os outros territórios culturais do DF.

"É uma conquista para todos nós do hip-hop, mas também para a população. Estamos começando a ter acesso a grande shows e grandes eventos", afirma X, nome à frente do Câmbio Negro. "É muito bom para nós, é muito bom para cidade e para o Distrito Federal que artistas sejam reconhecidos não só como músicos mas como pessoas atuantes", complementa o rapper. "As pessoas estão vendo que nós merecemos", conclui.

X ainda analisa a importância de estarem a tanto tempo nessa luta. "São 30 anos do poder da periferia, da arte e da cultura", lembra o músico. "A gente vê que está lutando e batalhando por algo e conseguindo, estão rendendo bons frutos", reflete. Um desses frutos é um evento que exalta o que eles têm lutado, com os olhos do Brasil lembrando dos nomes que fizeram e fazem o rap do DF. "É muito louvável a gente, como cultura do DF e de Ceilândia, ser referência para o Brasil", completa.

Resistência

"O rap no DF sempre foi de resistência, artistas do DF e Entorno cumprem seu papel de resistência e o retrato disso é a longevidade de artistas e seus trabalhos, mesmo com a mudança do mercado cultural e fonográfico o foco da resistência criado a anos atrás permanece firme", diz Japão. É por resistirem que esses nomes chegaram ao ponto de subir no palco hoje e é com essa mesma resistência que pretendem conquistar ainda mais.

Sesc Rap

Neste sábado (18/6), no Sesc Ceilândia (QNN 27) a partir das 16h. Ingressos gratuitos, retirada no site www.sympla.com.br

 

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