O lançamento presencial do livro Outro lugar na solidão, romance de Adriana Kortlandt, Marcelo Capucci e Marcos Linhares, ocorre nesta quinta-feira (2/6), a partir das 17h30, no Sebinho da 406 Norte. A obra é a quarta produção do trio de autores que criou a Calidt Literária, um escritório de produção textual que envolve uma ação de criação coletiva de obras para TV, cinema, streaming e impresso.
Segundo o escritor Marcos Linhares, Outro lugar na solidão fala sobre o amor na maturidade, tema que ele considera fantástico. "Temos sempre que superar nossos medos e limitações e sempre é tempo para construirmos novos caminhos", diz.
O retorno presencial dos lançamentos também é destacado pelos artistas. Marcelo Capucci diz que sentia falta “desse olho no olho com os nossos leitores”. “Em tempos de ansiedade, tristeza, lançar um romance é algo que nos enche de satisfação e esperança”, garante.
Sobre a produção coletiva, Adriana Kortlandt confessa: “É tudo tão surpreendente e novo que o arquivo de texto que estamos produzindo virou, para mim, uma caixinha de joias”.
Amor que renasce
O romance acompanha Nonata e Giacomo. Ele é filho do prefeito da cidade que utiliza a máquina pública para enriquecimento pessoal, enquanto a mãe do personagem dedica a vida a ocultar segredos de família. Enquanto cada personagem lida com as consequência de escolhas passadas que moldam seus destinos, o novo coronavírus se alastra e impõe medidas que colocam frente a frente duas características humanas: a solidariedade e a ganância.
Marcos Linhares conta que a ideia do romance surgiu com a chegada da pandemia. "Resolvemos escrever um romance ambientado nessa turbulência, mas não queríamos que fosse um diário da tragédia, queríamos uma história de amor entre dois médicos com 64 anos, ainda na ativa, na linha de frente de hospitais de suas cidades, e tudo isso acontecendo ao mesmo tempo", revela Linhares.
Nas primeiras discussões, Marcelo Capucci conta que o grupo pensou em escrever a saga de dois médicos idosos e viúvos que se apaixonam em meio ao colapso sanitário e hospitalar ocasionado pela covid-19. "A história ganhou personagens, contornos dramáticos, traição, assassinatos, enfim… Um thriller bem interessante. Depois disso, claro, juntamos tudo e agora lançaremos a obra impressa. Foi intenso o processo", afirma.
Adriana Kortlandt, que também é psicóloga, traz muitas memórias e experiência na construção da obra."Minha avó me contava a história de que, durante a Gripe Espanhola, ela e seus vizinhos saíam para comprar o jornal e se reuniam para ler juntos os folhetins da época. Com a pandemia da covid-19, estamos de novo necessitados dessas pausas da literatura, de momentos como esse que nos ajudem também a refletir sobre o que estamos vivendo e a ultrapassar essas dificuldades. Espero que a história que contamos ajude a momentos como esse, sempre que necessário", pontua a escritora.