Série

'Obi-Wan Kenobi' estreia na Disney+ com retorno de personagens clássicos

Ewan McGregor e Hayden Christensen voltam para dar sequencia ao embate de Obi-Wan e Darth Vader, dessa vez nas telinhas. Correio conversou com Christensen sobre a alegria do retorno

Um espaço de tempo de 17 anos separa duas eras de um mesmo personagem. Em 2005, Obi-Wan Kenobi fazia a última aparição nos cinemas, no longa Star wars, episódio III: a vingança dos Sith. O filme que encerra a série de prelúdios da Guerra nas Estrelas dividiu opiniões na época, mas, principalmente,  deixou uma dúvida sobre o que ocorreu com Obi-Wan na cronologia entre a última e a primeira história original de Star Wars.

A Disney começa a responder a pergunta hoje, com o lançamento do seriado Obi-Wan Kenobi, que abarca justamente o período de tempo não explorado nos últimos 17 anos, um recorte que é foco de teorias de fãs há anos. O seriado conta com o retorno de Ewan McGregor ao papel que foi dele nos prelúdios, e de Alec Guinness na trilogia original. Além dele, Hayden Christensen retoma o manto do vilão Darth Vader, o qual teve poucos minutos de tela no final do episódio III, e Joel Edgerton, que vive novamente Owen Lars. São adições ao universo de Star Wars Moses Ingram, Kumail Nanjiani, Benny Safdie e O'Shea Jackson Jr..

A produção apresenta Obi-Wan Kenobi tentando se esconder da busca incessante de Darth Vader para caçar e matar os jedis. O grande foco do vilão é achar o local em que o protagonista está exilado, afinal, ele quer resolver assuntos do passado com o antigo mentor. A história se passa 10 anos após a última aparição dos personagens e será dividida em seis episódios.

"Darth Vader é movido pela própria raiva e pelo conflito interno que há dentro deste personagem. Ele é um personagem muito complexo, que ainda está tentando processar a morte da Padmé, a relação dele com a ordem Jedi e certamente com o Obi-Wan Kenobi", afirma Hayden Christensen em coletiva na qual o Correio esteve presente.

O ator diz se sentir honrado por voltar ao personagem após tantos anos. "Colocar a fantasia de novo após todo esse tempo foi uma experiência surreal. Foi muito nostálgico, eu fui instantaneamente transportado para o episódio III quando estava tentando entender a fantasia do Vader da época", lembra o ator. "Colocá-la de novo agora, no ponto que estou na minha vida, foi inacreditável. Toda vez que eu coloquei, me senti muito sortudo de fazer isso", completa.

Christensen elogiou os roteiros e pontuou que há uma história nova e relevante a ser contada, mas que a principal virtude da série é a expansão do universo. "Só a noção de voltar e fazer mais com ele, de poder enriquecer o arco do Darth Vader já é empolgante para mim", conta. Contudo, ele pontua que tudo foi feito com o cuidado que reabrir um universo tão popular demanda. "As expectativas são altas, se você vai entrar nas histórias de Star Wars e criar novidades para a linha do tempo da franquia, há muita responsabilidade que vem com essa escolha", analisa.

A responsabilidade perante a saga, viva desde de Star wars episódio IV: uma nova esperança, de 1977, foi um tema recorrente. "É uma grande responsabilidade, porque o Vader é um personagem icônico. Eu devo entregar o melhor de mim pelo George Lucas, também por todas as pessoas que contribuíram para fazer esse personagem tão grandioso e por todos os fãs que se importam tanto com ele", comenta Hayden, que também reflete sobre o peso de tocar novamente em todo o cânone. "Eu preciso ter uma responsabilidade com a história com o personagem e com os fãs. Esses personagens são, de certa forma, domínio público. Eles representam tanto para tanta gente que é como se fosse uma propriedade compartilhada", adiciona.

Vida real

Apesar de ser uma história que se passa há muitos anos atrás em uma galáxia tão tão distante, o universo Star Wars está investindo em ligações metafóricas com a realidade dos fãs que estão assistindo. Em Obi-Wan Kenobi a Inquisição de Vader faz esse papel. Liderada pelo Grande Inquisidor, papel de Rupert Friend, e com o protagonismo na Inquisidora Reva, Moses Ingram, o grupo visa livrar o mundo do problema que são os jedis, um higienismo de um dos lados da força.

“Os caçadores de Jedi prendem pessoas e matam pessoas dizendo que é pelo bem da população, o que pode conversar muito com situações que estão ocorrendo no mundo”, explica Ingram. Ela diz que pensou muito no papel que a arte tem para dar situações que de alguma forma dialogam com a realidade e que no caso da série é uma análise muito dolorida. “Se a gente colocar as metáforas do Star Wars na vida real fica muito obscuro”, reflete.

A atriz, conhecida pelo papel de Jolene em O gambito da rainha, fala que esse raciocínio faz dos personagens mais humanizados, principalmente o caso de Reva. “Tentei que ela contasse a história de uma forma que não fosse só sobre o fato dela ser má, mas apresentasse o que ela estava tentando fazer”, ressalta a artista. “Ela não acredita que ela é malvada, ela acredita que está fazendo o que deveria fazer. Todo mundo é um vilão na história de outra pessoa, faz parte da balança das coisas”, adianta. “Se vira apenas sobre a maldade não tem uma história sendo contada. Há uma história porque ela faz o que acredita ser certo”, conclui.

Todo o trabalho e carinho com a personagem é para que o melhor seja tirado dela na estreia da inquisidora no universo Star Wars. “Eu nunca fui uma fã de Star Wars e sabia muito pouco além do óbvio. Conhecia o Darth Vader e o Obi-Wan, porque culturalmente eles vivem entre nós. Porém, uma vez que fui escolhida para o papel, eu comecei a aprender sobre a franquia e estudar mais sobre para fazer o melhor trabalho possível”, conta a artista que já sente a pressão da estreia: “quanto mais perto da estreia, mais real vai se tornando para mim”.

 Trailer:

 

Lucasfilm/Divulgação - Inquisidora Reva, personagem de Moses Ingram
Lucasfilm/Divulgação - Ewan McGregor volta ao papel de Obi-Wan Kenobi
Reprodução do YouTube - Ewan McGregor retorna à franquia 'Star wars' em 'Obi-Wan Kenobi'