Cultura popular

DF recebe encontro de bonecos mamulengos até sexta-feira

Além das brincadeiras com os bonecos, o evento gratuito também terá mesas temáticas, oficinas e uma roda de conversa

O teatro de bonecos popular do Nordeste foi inscrito no Livro de Registro das Formas de Expressão, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em março de 2015. A área de abrangência do bem cultural engloba os estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Até aí tudo bem. Mas o que chama a atenção é a presença do Distrito Federal na lista de unidades da federação que são referência quando o assunto é mamulengo.

E o assunto é sério. Entre hoje e sexta-feira, brincantes do teatro de bonecos vão se reunir no Encontro de Mamulengos no Distrito Federal, no Espaço Cultural Renato Russo, na 508 Sul. Além das brincadeiras com os bonecos, o evento gratuito também terá mesas temáticas, oficinas e uma roda de conversa.

Os debates terão como ponto de partida o Plano de Salvaguarda do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste no DF, publicado em 2020. O encontro também será marcado pelo lançamento do Catálogo de Mamulengos do Distrito Federal, elaborado com o apoio do Iphan. A programação dos três dias começam às 9h30 e pode ser conferida no site do Instituto.

Coordenador-geral do encontro e integrante da Associação Candanga de Teatro de Bonecos (ACTB), parceira do evento, Thiago Francisco conta que há relatos de mamulengo desde a época da construção, mas que não há registro desses primeiros brincantes, que trouxeram a cultura nordestina na bagagem. A associação tem 25 grupos de teatro de mamulengo. Os bonequeiros estão espalhados por todo o DF e se encontram em espaços como a Torre de TV e a Casa do Cantador, em Ceilândia.

O coordenador lembra que cada estado tem suas peculiaridades na forma de brincar com os bonecos. "O daqui é mais parecido com o babau da Paraíba, por exemplo. Os personagens tradicionais do mamulengo do DF são o Benedito, a Rosinha e o coronel João Redondo", afirma o bonequeiro.

O superintendente do Iphan no DF, Saulo Santos Diniz, ressalta que a inclusão do DF na abrangência do registro se deve à grande influência cultural do Nordeste na capital. "Isso não significa que Brasília foi o único território a receber tais influências, mas aqui elas se fortaleceram e se tornaram uma marca da cidade."

*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco


Encontro de Mamulengos no Distrito Federal

25 a 27 de maio, no Espaço Cultural Renato Russo, na 508 Sul. Gratuito.