Djamila Ribeiro foi eleita para a Academia Paulista de Letras e vai ocupar a 28ª cadeira — lugar que costumava ser de Lygia Fagundes Telles, morta em abril aos 103 anos. Com a honraria, ela será a única acadêmica negra da instituição.
Escritora, pesquisadora e mestre em filosofia política, Djamila é autora dos livros Lugar de Fala, Quem tem Medo do Feminismo Negro? e Pequeno Manual Antirracista — que foram traduzidos para o francês, espanhol, italiano e alemão.
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Ela já foi considerada pela BBC uma das 100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo por debater assuntos como políticas de cotas raciais e as origens do feminismo negro no Brasil e Estados Unidos.
Djamila também comanda a coleção Feminismos Plurais, em que publicou obras de pensadoras e pensadores negros e indígenas.
Em entrevista ao Estadão, a intelectual falou sobre o fato de ser a única acadêmica negra na instituição.
“Sendo a única acadêmica negra desta academia, entendo que o trabalho que desenvolvi até hoje, como escritora e editora na publicação de dezenas de intelectuais negros e negras, difundindo vozes essenciais para a reflexão de nosso país, se faz cada vez mais urgente para o fortalecimento da democratização do conhecimento e das letras no Brasil”, declarou.
A escritora já venceu o Prêmio Jabuti na Categoria Ciências Humanas em 2020 e o Prêmio Prince Claus em 2019, do Reino dos Países Baixos. No mesmo ano, foi contemplada pelo governo francês para o programa Personalidade do Amanhã.