No final de 2019, Samuel Rosa, Henrique Portugal, Lelo Zaneti e Haroldo Ferretti anunciaram que, após 30 anos, o Skank encerraria as atividades como banda. O grupo providenciou uma turnê para cair na estrada uma última vez, em 2020. Porém, a pandemia travou os planos que retornaram apenas em 2022. Hoje, a agridoce turnê de despedida da banda mineira chega a Brasília com a tarefa de matar as saudades dos fãs enquanto deixam o público na mesma saudade.
"No nosso caso, a pandemia exaltou ainda mais essa sensação de comoção nos shows. Primeiro pelo fato das pessoas estarem voltando aos encontros, as festas, dois anos sem ver shows.Isso tudo potencializa por conta do anúncio da parada, desse encerramento de ciclo", analisa Samuel Rosa em entrevista ao Correio. O artista afirma que o tempo parado dos shows deu um gás diferente para as últimas apresentações da banda, maior do que eles tinham em 2020. "Talvez se a gente tivesse realizado a turnê em 2020, não seria tão emocionante quanto agora. Porque, estamos juntando duas coisas, a comoção pela parada da banda e a volta dos shows", pontua.
Samuel Rosa conta que a procura por ingressos mais do que triplicou e que as casas que eles costumavam fazer shows ficaram pequenas para o Skank. "Estamos vivendo algo bem diferente. Muito parecido com a turbinada que as carreiras dos artistas ganhavam quando eles gravavam aqueles acústicos nos anos 1990. Uma espécie de frisson diferente em torno do artista", conta o vocalista e guitarrista da banda.
Em Brasília, o Skank, que já tocou em casas como Centro de Convenções Ulysses Guimarães e Nilson Nelson e chegou até à Esplanada, viu o show alcançar o Mané Garrincha. "O público de Brasília é muito querido pelo Skank. Nas redes sociais tem aqueles mapeamentos de onde ouvem mais a banda e Brasília está sempre encabeçando, está entre as três cidades que mais escutam Skank", afirma Samuel. "A gente vai tentar retribuir, ali naquelas duas horas de show, com música, todo o carinho e cumplicidade de tantos anos", completa.
O cantor diz que o público tem recebido bem o final da banda, mesmo com o misto de sensações que todo o processo traz. "Há um clima de celebração, mas também há certa consternação. As pessoas pedem para que a banda não pare", conta. Porém, sempre há por parte do público o cuidado com a banda. "Escuto todo tipo de coisa, mas 100% são manifestações carinhosas", acrescenta.
Por conta desse clamor popular, o Skank promete entregar um show com os maiores sucessos da carreira. "É redundante falar que vamos tocar as músicas mais conhecidas, não incomoda entregar ao público o que ele espera. Afinal de contas, a música é maior que o artista", adianta o vocalista, que trata essa última turnê como uma homenagem a trajetória da própria banda. "A gente segue referenciando as nossas histórias e celebrando", complementa.
"Mais do que falar em despedida, eu falo em celebração. Mais do que falar de uma lacuna ou hiato, eu falo em coisas novas", exalta o vocalista. Para Samuel Rosa a despedida não é um fim definitivo. "A vida não acaba depois do Skank. Os integrantes seguem individualmente após a turnê e a música do Skank continua", adiciona e faz o convite para o público atender ao show. "Vale a pena esse reencontro. Uma hora derradeira da banda para confirmar todo esse carinho e conexão", conclui.
Saiba Mais
Turnê de Despedida Skank
Hoje no Mané Garrincha, abertura dos portões às 20h. Ingressos a partir de R$ 110 na plataforma www.ingresse.com. Não indicado para menores de 18 anos.