Fotografia

Fotógrafos lançam livro sobre o cotidiano nas asas Sul e Norte

Eraldo Peres e João Campello percorreram as asa Sul e Norte para realizar os registros lançados nesta quinta-feira (26/5) em livro de fotografias

Nahima Maciel
postado em 26/05/2022 00:01 / atualizado em 26/05/2022 10:41
 (crédito: João Campello)
(crédito: João Campello)

Os fotógrafos Eraldo Peres e João Campello queriam fazer um registro das superquadras brasilienses quando foram atropelados pela pandemia de covid-19. O projeto de sair andando pelas asas Norte e Sul ficou suspenso até ser retomado no ano passado. Cada um em uma asa, Campello e Peres passaram a registrar os modos de vida e a paisagem dos setores residenciais do Plano Piloto. O resultado está em Um olhar curioso nas asas, que os fotógrafos lançam nesta quinta-feira (26/5) na Galeria Pátio.

  • Livro Um olhar curioso nas asas,d e João Campello e Eraldo Peres João Campello
  • Livro Um olhar curioso nas asas,d e João Campello e Eraldo Peres João Campello
  • Livro Um olhar curioso nas asas,d e João Campello e Eraldo Peres Joao Campello
  • Livro Um olhar curioso nas asas,d e João Campello e Eraldo Peres Joao Campello
  • Crédito: João Campello/Divulgação. Livro "Um olhar curioso nas asas", João Campello/Divulgação
  • Crédito: João Campello/Divulgação. Livro "Um olhar curioso nas asas", João Campello/Divulgação
  • Crédito: João Campello/Divulgação. Livro "Um olhar curioso nas asas", João Campello/Divulgação
  • Crédito: João Campello/Divulgação. Livro "Um olhar curioso nas asas", João Campello/Divulgação
  • Crédito: João Campello/Divulgação. Livro "Um olhar curioso nas asas", João Campello/Divulgação
  • Crédito: João Campello/Divulgação. Livro "Um olhar curioso nas asas", João Campello/Divulgação
  • Crédito: Eraldo Peres/Divulgação. Livro "Um olhar curioso nas asas", Eraldo Peres/Divulgação
  • Crédito: Eraldo Peres/Divulgação. Livro "Um olhar curioso nas asas", Eraldo Peres/Divulgação
  • Crédito: Eraldo Peres/Divulgação. Livro "Um olhar curioso nas asas", Eraldo Peres/Divulgação
  • Crédito: Eraldo Peres/Divulgação. Livro "Um olhar curioso nas asas", Eraldo Peres/Divulgação
  • Crédito: Eraldo Peres/Divulgação. Livro "Um olhar curioso nas asas", Eraldo Peres/Divulgação

Eraldo conta que a intenção inicial era realizar os registros a pé, mas o cotidiano entrelaçado ao trabalho impediu as caminhadas pelas asas. "Sempre morei no Cruzeiro, Guará e agora em Vicente Pires e minha relação com as asas sempre foi de trabalho e lazer", conta o fotógrafo, que nunca chegou a morar no Plano Piloto. "Quando discuti o projeto com  João, quis muito buscar aquela ideia de Lucio Costa, Oscar Niemeyer e Burle Marx das quadras modelo: qual era a ideia? O que foram essas quadras?", conta. Por isso, Eraldo quis se concentrar no núcleo das superquadras de final 6, 7 e 5, onde estão a Igrejinha e os projetos de paisagismo de Burle Marx.

Eraldo chegou a Brasília com 1 ano. Veio com os pais, do Rio de Janeiro, e se considera um candango. Para o título do livro, ele quis levar a curiosidade que sempre o moveu pelas asas e eixos de Brasília. "Um olhar curioso no sentido de que não esgota, e no sentido do que chamou a atenção. O grafite nos muros, intervenções de artistas, desenhos, colagens, essa referência do que é a W3, por exemplo. Eu acho que o que vai salvar a W3 é entregar para esses artistas, aquilo devia ser um núcleo de arte, pelo menos as quadras perto do (Espaço Cultural) Renato Russo. A arte daria a possibilidade de convivência, de ocupação da W3", diz o fotógrafo, que ficou encarregado de registrar a Asa Sul.

A Asa Norte ficou para João Campello, que acabou por se deparar com o fenômeno da contradição entre a cidade tombada e a expansão contemporânea. "Foi um reencontro com o projeto original do Lucio Costa, porque a gente percorreu a cidade 60 anos depois e, às vezes, algumas coisas não condizem muito com o que deveria ser Brasília. Em quadras mais novas, por exemplo, têm sempre um obstáculo, uma barreira que não te deixa ver direito.Tanto obstáculo que a pessoa desiste", conta o fotógrafo, ao lembrar que, pelo projeto original, as superquadras com prédios construídos sobre pilotis deveriam facilitar a passagem das pessoas pelas áreas residenciais.

Campello chegou à cidade em 1979 e passou a morar na 108 Norte. Dali, viu o Plano Piloto crescer, tomar forma e vida. O livro também foi um reencontro com a cidade que ele conheceu na época. "Quando cheguei, não tinha nem grama nas quadras, as árvores eram mudas ainda. O projeto foi um pouco o de rever esses caminhos, como estão integrados com a cidade de hoje", conta.


Um olhar curioso nas asas

Lançamento nesta quinta-feira (26/5), às 19h, na Galeria Pátio (3º piso do shopping Pátio Brasil). Editora Photo Agência, 96 páginas. R$ 60.

 

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