Danos Morais

Justiça condena MC Gui a indenizar motorista de app após acusá-lo de roubo

Cantor terá que pagar R$ 12 mil ao profissional; motorista pedia R$ 500 mil por ter sido exposto nas redes sociais do artista após uma corrida

Douglas Lima - Especial para o Uai
postado em 24/05/2022 11:02
 (crédito: Reprodução/Instagram)
(crédito: Reprodução/Instagram)

O cantor MC Gui, de 24 anos, foi condenado a pagar R$ 12 mil em indenização por danos morais para o motorista de aplicativo Alef Santos.

O profissional pedia indenização de R$ 500 mil após ser acusado publicamente, em 2020, de roubar as malas do artista que continham objetos para doação, que foram transportadas em seu carro, através de uma corrida pelo aplicativo Uber.

Essa é a primeira derrota do MC no processo. De acordo com as informações exclusivas da colunista Fábia Oliveira, do portal Em Off, a decisão saiu na última sexta-feira (20/5).

A magistrada Luciana Antoni Pagano entendeu que o conteúdo das publicações do funkeiro, feriram diretamente a honra e a personalidade do motorista. Dessa forma, a juíza do caso, determinou que a ação foi julgada parcialmente procedente, condenando Gui a pagar o valor indenizatório de R$12 mil a título de danos morais a Alef. Ela apontou ainda que existiram outros meios para resolver a questão antes de expor a situação nas redes sociais.

"O conteúdo ofensivo é evidente, assim como o dano moral decorrente da ofensa à honra e personalidade do requerente. Com efeito, ainda que o requerido não soubesse naquele momento o paradeiro das malas em questão, poderia ter simplesmente tomado as medidas cabíveis (como afirma ter feito, comunicando e solicitando informações perante a empresa Uber, tentando entrar em contato com o requerente ou mesmo lavrando Boletim de Ocorrência para preservação de direitos). Entretanto, desnecessária a postagem ofensiva efetuada e divulgação da imagem, mormente considerando o alcance da publicidade das redes sociais utilizadas pelo requerente, figura pública e conhecida", diz trecho da ação.

O músico alegou que sua intenção ao expor o condutor do veículo foi de localizar o paradeiro do motorista, que teria se apropriado indevidamente das malas, já que ele não realizou a entrega para o artista e sumiu com os objetos. Na época, ele chamou Alef Santos de "ladrão de muambas e de cestas básicas" e compartilhou a foto dele no seus stories no Instagram, que chegaram a 7 milhões de visualizações.

"Tanto é verdade que o motorista somente apareceu e decidiu retornar o contato do requerido (Mc Gui) e do Sr. Allan (funcionário do cantor) após ver a sua imagem exposta em todas as redes sociais, inclusive em canais de televisão", alegou a defesa do funkeiro na ação.

Já Alef alega que não sabia que as malas eram do MC e diz que esperou por 10 minutos no local de entrega, na zona leste de São Paulo, mas ninguém foi atende-lo. Na sequência, foi embora e prometeu entregar as malas na sede da Uber, localizada no bairro Penha de França. Em seguida ao incidente, de acordo com a versão do profissional, MC Gui publicou os vídeos com as ofensas e ele procurou a delegacia mais próxima e registrou um boletim de ocorrência contra o artista por calúnia e difamação.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação