Brasília tem essência nordestina. Corre nas "veias" da cidade o DNA do nordeste. É difícil encontrar alguém pela cidade que não tenha algum laço com a região. A cultura, o sotaque, as gírias, a alegria, a culinária, estão presentes no quadradinho e a saudade da terra natal, de quem tem as raízes nordestinas, é inevitável. Por isso, nada melhor para marcar o aniversário de Brasília do que um evento regado de muito gingado nordestino.
Nesta quinta-feira (21/4), o fenômeno do piseiro, Zé Vaqueiro, desembarcou na capital com os hits que estouraram pelo Brasil durante a pandemia. Mais de três horas ininterruptas de forró e pisadinha fizeram a alegria do público no Modesto Bar. Antes de subir ao palco, o cantor falou ao Correio e mostrou que, apesar da pouca idade, o talento e carisma são gigantes.
“Sempre fui recepcionado muito bem aqui em Brasília. Da primeira vez que fiz show aqui e também da vez em que participei da live do Gusttavo Lima, sempre foi maravilhoso. Isso não tem preço, chegar aqui e ser recebido dessa forma. Casa lotada”, contou Zé Vaqueiro ao Correio, antes de subir ao palco.
Com apenas 23 anos, José Jackson, nome real do Zé Vaqueiro, ultrapassou a marca de dois bilhões de views no canal oficial no Youtube e seis milhões de ouvintes mensais no Spotify. Ele se tornou um fenômeno na era das lives por conta do isolamento social e, agora que os shows retornaram com força total pelo Brasil, tem encontrado o público que fez ele se tornar um dos principais nomes do piseiro.
Pernambucano de nascença e nordestino de alma, o astro leva a alegria do seu povo por onde passa. Não perder a essência e colocar a alegria do nordeste em tudo que faz é uma missão que o cantor carrega. “A gente que vem lá do interior e faz música, a gente já traz nossas raízes. Meu show é bem misturado, quem acompanha meu dia a dia nas redes sociais percebe o quanto o show é misturado, é alegre. A gente também busca trazer essa parte do pessoal que está na capital, mas tem raízes no nordeste”, afirmou Zé.
Intimidade com o palco e com o público
A fala tranquila e o jeito tímido se tornam uma verdadeira potência em cima do palco. Quem assiste Zé Vaqueiro se apresentar percebe a entrega genuína dele e da equipe para os fãs. Humilde que é, o cantor divide o protagonismo com os músicos que igualmente mostram uma enxurrada de talento.
“Como artista, no palco eu danço, eu pulo, eu faço tudo. Quando eu vi a banda respondendo a isso, não ficou aquela banda parada, foi maravilhoso para mim. Eu fiquei mais confortável. Tanto eles dançando, quanto tocando, é maravilhoso, encaixou. Hoje cada um já sabe os passos do outro. O palco é o lugar que eu mais quero estar confortável, é meu trabalho, eu tenho que estar bem relaxado para fazer um bom show para o público que está esperando”, revelou Zé Vaqueiro sobre a parceria que tem como toda a equipe.
Todo esse entrosamento rendeu as canções que não saem da boca do povo. Vem me amar, Confidencial, Tenho medo, Meia-noite, Cangote, Letícia, Meu Mel, são algumas das músicas que embalaram o show que o artista trouxe para Brasília e que fazem o público mostrar que tem “forró no pé”.
Assim como os fãs, Zé Vaqueiro também tem sua música favorita. De todos os hits que estouraram, ele carrega dois em um lugar especial no coração: Tenho Medo e Letícia. “Não sei porque mas Tenho Medo é a minha favorita. Pela música em si, pela melodia, pelo geral, ela é uma música que eu nunca abusei. Letícia também é uma música muito importante para mim, ela foi a música que abriu as portas e dividiu águas na minha vida, então eu também tenho um carinho especial com ela”, assumiu José ao Correio.
Recepção calorosa
Depois do bate-papo com o Correio, Zé Vaqueiro mostrou para que veio. O público no Modesto Bar, que fica dentro do Estádio Mané Garrincha, recebeu o pernambucano da forma que ele merece: aplausos, declarações, gritos e lágrimas.
Chapéu, bota e fivela, o traje típico de vaqueiro também marcou presença entre os fãs de forró e pisadinha. O show do nordestino foi recorde de público na casa, que a todo momento cantou junto com ele as músicas do artista.
Foram cerca de três horas de show, que durou até quase quatro horas da madrugada de sexta-feira (22/4). Em todo o momento os fãs mostraram que o piseiro também faz parte da playlist do brasiliense. “O show em Brasília foi maravilhoso. Lotamos a casa, metemos recorde de público. Já quero voltar a Brasília e fazer outros shows”, confessou Zé.