Após passar pelas principais capitais do Brasil, o Samba Prime desembarca pela primeira vez em Brasília, na tarde de hoje. Consolidado como um dos maiores eventos de samba, o show dá sequência à volta dos festivais nacionais, reunindo grandes nomes do gênero, como Dilsinho, Ferrugem, Sorriso Maroto, Tiee, Di Propósito, Menos é Mais e Akatu. Os artistas sobem aos palcos do Estádio Nacional Mané Garrincha a partir das 14h.
"Retornar aos palcos, principalmente em grandes eventos, tem sido uma experiência mega nova para nós", revela o grupo Sorriso Maroto ao Correio. Por mais que a gente tenha um tempo grande de estrada, já termos vivido várias emoções, esse retorno é algo muito gostoso de viver. Tem sido uma recíproca nossa com o público e do público com a gente. É uma via de mão dupla, porque está todo mundo vivendo a mesma energia de estar retomando as atividades e isso causa uma combustão de emoção diferente, sem dúvida", explica.
Com mais de duas décadas de carreira, o grupo, além de inspiração para a nova geração de artistas do samba, se tornou um dos preferidos do público. "Somos uma banda de vanguarda e buscamos sempre sensações novas, trazer frescor e músicas que surpreendam os nossos fãs. Esse é o nosso grande barato, ir e vir sempre. Tem horas que estamos mais clássicos, dentro do som que fazíamos há 20 anos, e tem horas que estamos fazendo um som que nunca fizemos antes", conta o quinteto.
"Eu não seria o pagodeiro que sou hoje se não fosse pelas referências que tenho na carreira, como o Sorriso Maroto", afirma o carioca Dilsinho. Com o grupo, o cantor estreou neste ano o projeto Juntos, que une os dois artistas em lançamentos inéditos e shows ao redor do Brasil. Apesar de serem vistos como ídolos no meio do samba, o Sorriso Maroto garante que também tem muito a aprender com os novos artistas. "Estar em um festival com outras bandas do gênero é muito importante para nós. Há sempre uma troca incrível com todos eles, uma energia a mais. Realmente é uma atmosfera diferente cantar nesses festivais", declara.
Para os brasilienses do Menos é Mais, a importância do festival é dupla: além de dividirem os palcos com artistas que admiram, o grupo retorna à cidade natal. "Cantar para a nossa cidade, para os nossos conterrâneos, sempre tem um gostinho especial. Afinal, fazemos questão de levar no nosso som toda a essência de Brasília. No Samba Prime será mais incrível ainda, por saber que vamos nos apresentar no mesmo palco onde grandes referências nossas também se apresentarão", adianta o grupo.
Há alguns anos, a banda se apresentava em pequenas casas de shows de Brasília, como Outro Calaf e Buteco da Boa. Hoje, eles tomam os palcos de grandes estádios pelo Brasil. "Até pouco tempo atrás, éramos nós que estávamos do outro lado, ouvindo nossos ídolos, vendo as apresentações deles. Agora, poder levar nosso pagode para o Brasil e para o mundo e sermos reconhecidos pelo nosso som com DNA brasiliense é gratificante demais. Realmente, é um sonho que se tornou realidade", comemora.
Durante a pandemia, o grupo viu a carreira alcançar novos patamares e ultrapassar as barreiras de Brasília ao conquistar celebridades internacionais como o jogador Neymar. Agora, os brasilienses colhem os frutos do êxito. "Fazer sucesso e não poder viver isso de perto com nossos fãs e público não é a mesma coisa. Na internet, eram só números. A gente só está conseguindo entender de verdade toda proporção que o nosso pagode tomou com essa volta dos shows", admite.
Celebração do ritmo
Para Dilsinho, os festivais voltados para o samba e pagode são uma forma de celebrar ritmos musicais versáteis e democráticos. "Estar num evento exclusivo para o gênero é especial, porque sentimos uma reação positiva do público que está ali exclusivamente para curtir isso", aponta.
Já o grupo Menos é Mais considera os eventos demonstrações da força e do tamanho dos gêneros. "A atmosfera é diferente, porque o público que vai é quem escuta pagode todo dia, das mais antigas até os últimos lançamentos. Aí é só tocar a introdução da música que o público se encarrega do resto", compartilha.
"Acho que é importantíssimo mostrar a força do samba e do pagode comercialmente e a união dos artistas do segmento", reitera o cantor Ferrugem, que garante que os festivais voltados para o pagode e samba tem uma energia diferente dos demais. Segundo o artista, o público de hoje pode esperar descontração do início ao fim.
Samba Prime Brasília
Estádio Nacional Mané Garrincha
23 de abril, a partir das 14h. Preço: R$ 80 a R$ 210 (meia-entrada). Classificação indicativa: 16 anos.
*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco
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