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Saiba o que é ASMR, os vídeos que fazem sucesso sem palavras

Milhões de pessoas visualizam vídeos de ASMR porque afirmam sentir relaxamento e formigamento

Vídeos de pessoas sussurrando, tirando cravos, esculpindo sabão, pintando ou passando o pincel de maquiagem no microfone recebem milhares de visualizações no YouTube, Instagram ou Tiktok. Esse modelo de vídeo tem nome: ASMR, que significa Autonomous Sensory Meridian Response, e na tradução literal é Resposta Sensorial Autônoma dos Meridianos. O fenômeno é caracterizado pela sensação de relaxamento que muitos que acompanham os vídeos alegam sentir.

O ASMR surgiu por volta de 2009 e não tinha nome, mas já era voltado para as sensações que despertava. Mas, somente com a popularização do YouTube, os vídeos e sons realmente passaram a fazer sucesso. Pense em sequências que podem chegar a 60 minutos ou mais de pessoas estourando um pedaço de plástico bolha, fazendo uma refeição, falando baixinho ou cortando barras de sabonetes coloridos.

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Atualmente, estima-se que, apenas no YouTube, milhões de pessoas visualizem produções de ASMR todos os dias em busca de relaxamento, aumento da concentração ou de uma noite de sono melhor. No Brasil, um dos canais mais famosos é Sweet Carol, que tem mais de 2,32 milhões de inscritos e faz vídeos abrindo presentes, comendo, com sussurros e mexendo com massinha.

Pesquisas explicam

A Deezer publicou uma pesquisa que mostrou que 29% dos brasileiros sentem prazer ao ouvirem ASMR. A pesquisa global contou com mais de 12 mil respondentes e mostrou que mais de um terço dos entrevistados utilizavam conteúdo de ASMR para reduzir o estresse e que o som da respiração era o mais relaxante.

Além do barulho da respiração, os sons mais populares eram o barulho da tesoura cortando objetos e de sussurros. O estudo comprovou que o ASMR está cada vez fazendo mais sucesso, com 63% dos entrevistados revelando que consomem o conteúdo, e a maior razão, responderam, ser porque “amam” a sensação de formigamento.

O ASMR também é muito comum para quem quer relaxar na hora de dormir, mais de um quarto dos entrevistados falaram que ouvem ASMR para dormir, enquanto 21% ouve para melhorar o humor. Em contrapartida, a geração Z foi a única faixa etária que escolheu "entretenimento" como o maior motivo para consumir ASMR.

As sensações, o que desperta as pessoas assistirem e ouvirem o ASMR, não são as mesmas para todos. Durante a pesquisa, 25% das pessoas não têm nenhuma reação física ou emocional; 24% se sentem mais calmos e relaxados; 11% disseram sentir arrepios; e 14%, formigamento.

As sensações também variam de cada país. No Brasil, os entrevistados falaram que a principal percepção foi a de "prazer". No México, alegaram achar os vídeos "intrigantes". Nos Estados Unidos e na Alemanha, os entrevistados disseram achar os vídeos "estranhos". No Reino Unido, classificaram como "irritante" e os franceses disseram que os vídeos não fazem nenhum sentido.

Ironicamente, a pesquisa também mostrou que o sotaque francês é o mais popular. Os entrevistados também mostraram preferência para a voz feminina (45%) do que a masculina (18%), os outros 30% alegaram não ter preferência. Mas a pesquisa não é unânime, cerca de 4% dos entrevistados disseram que “odeiam”, outros 5% sentiram que “não amaram” e 31% se sentiram indiferentes com os vídeos.

Um outro estudo, publicado pela Universidade de Essex, revelou que as pessoas que assistem vídeos de ASMR com frequência são mais sensíveis ao seu ambiente e sentimento.De acordo com a Dra. Giulia Poerio, do Departamento de Psicologia da Universidade, descobriu que as pessoas que sentem a sensação de formigamento, debatida nas redes sociais, são hipersensíveis ao mundo ao seu redor.

A pesquisa, publicada no The Journal of Research in Personality, descobriu que essas pessoas na verdade estão mais incomodadas com o ruído e o movimento e são facilmente superestimadas. "Pessoas altamente sensíveis podem ser capazes de experimentar sentimentos intensamente prazerosos como a ASMR, mas esta alta sensibilidade também tem desvantagens. Por exemplo, o ruído de um clique de caneta ou de alguém mascando chiclete poderia desencadear uma reação negativa, que outros simplesmente ignoraram”, explica a médica. A pesquisa contou com 500 participantes que foram recrutados e avaliados pela experiência da ASMR e medidos pela sensibilidade sensorial.

* Estagiária sob supervisão de Roberto Fonseca

 

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