Na manhã desta segunda-feira (4/4), a apresentadora Fátima Bernardes repudiou a atitude do deputado Eduardo Bolsonaro (PL), filho 03 do presidente, por conta de uma postagem onde ele debocha da tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão durante a ditadura militar.
O nome de Miriam se tornou um dos assuntos mais comentados do Twitter nesta segunda (4/3). Como de costume, em certo ponto do Encontro com Fátima Bernardes, exibido pela Rede Globo, Fátima mostra quais são os temas em alta na internet e o nome da jornalista apareceu em destaque no telão. “Vamos começar dando uma olhada nos assuntos mais comentados das redes sociais. A gente vê aqui no centro da nossa nuvem o nome da jornalista Miriam Leitão”, começou a apresentadora.
“Nossa colega aparece aqui por causa de uma postagem lamentável do deputado Eduardo Bolsonaro, que debochou da tortura que ela sofreu na ditadura quando estava grávida”, explicou. “Para quem não sabe, a Miriam foi colocada num quarto escuro com uma cobra, como uma forma de tortura, durante a ditadura. Ela estava grávida”, detalhou Fátima.
Depois de situar os telespectadores sobre a postagem, a apresentadora falou em solidariedade à jornalista. “Miriam, queria que você recebesse nosso apoio, nossa solidariedade, o nosso reconhecimento pelo trabalho que você faz para a garantia da democracia do nosso país. Importantíssimo”, disse. Por fim, ela ainda se recusou a fazer comentários específicos sobre o filho de Jair Bolsonaro, mostrando repúdio. “Quanto ao deputado eu prefiro nem falar, não tenho o que comentar diante disso”, finalizou.
Relembre o caso
No domingo (3/4), Eduardo Bolsonaro repostou uma publicação de Miriam Leitão em que ela compartilha o texto da coluna no jornal O Globo e fala sobre a ditadura militar. “Qual é o erro da terceira via? É tratar Lula e Bolsonaro como iguais. Bolsonaro é inimigo confesso da democracia”, escreveu na legenda do post, que tem uma foto escrito “1964 nunca mais”.
Logo depois da crítica feita pela jornalista, Eduardo debochou: “ ainda com pena da cobra”, em referência à tortura sofrida por Miriam. Ela foi deixada nua, em um quarto escuro, com uma jiboia, enquanto estava grávida, em um dos métodos utilizados por seus torturadores.
O comentário do deputado repercutiu negativamente e recebeu duras críticas de governantes, da população, de partidos, jornalistas, etc. "Minha solidariedade à jornalista Miriam Leitão, vítima de ataques daqueles que defendem o indefensável: as torturas e os assassinatos praticados pela ditadura. Seres humanos não precisam concordar entre si, mas comemorar o sofrimento alheio é perder de vez a humanidade", comentou o ex-presidente Lula.