Mais de 2,5 milhões de ingressos vendidos, 12 milhões de álbuns distribuídos pelo mundo, 10 anos de estrada, dezenas de prêmios. Estes são só alguns dos marcos da banda 5 Seconds of Summer, mais conhecida como 5SOS entre os fãs, quarteto australiano e fenômeno da música mundial que se prepara para lançar o quinto álbum de estúdio. Formado por Ashton Irwin, Calum Hood, Luke Hemmings e Michael Clifford, o grupo estreou no mês de março o single Complete mess, uma mistura de pop e punk rock que dá início a um novo capítulo da banda.
A faixa, que fala sobre um relacionamento caótico e desalinhado, é a primeira música a ser inteiramente escrita e produzida pela banda, com o guitarrista Michael Clifford na produção. "Existem diferentes desafios nos processos de criação de cada álbum. Foi uma decisão bem consciente apoiar o Michael como produtor neste álbum e acho que isso nos deu uma grande sensação de liberdade, principalmente em relação a como nós poderíamos ser honestos na nossa comunicação interna", aponta o baixista Calum Hood em entrevista ao Correio.
"Um dos nossos objetivos era garantir que nós não déssemos tarefas para pessoas que não fazem parte da banda quando existem pessoas dentro do grupo que querem ter essas funções. Para mim, isso é uma grande parte do nosso amadurecimento", opina o baterista Ashton Irwin sobre o novo posto de Clifford. "É um verdadeiro prazer poder passar por esse processo de criação com a banda, especialmente sendo um desenvolvimento tão interno", diz Hood. "O mais importante é que nós estamos em um ótimo lugar em termos de nos sentirmos representados pela nossa música, então eu me sinto muito honrado", complementa.
Apesar de se tratarem de quatro pessoas diferentes com influências e opiniões distintas, não é um desafio para os integrantes do 5SOS alinharem suas expectativas em relação aos novos sons que procuram explorar. "Estamos nesta banda há tanto tempo que tendemos a saber as perspectivas uns dos outros", pontua o baixista. "Você tem de estar a par dos gostos uns dos outros e você tem que fazer uma sopa com isso, com algo que todos gostam", explica Irwin. "No fim das contas, não importa se as outras pessoas gostam ou não, porque nós gostamos. Eu acho que essa é a única forma que você pode fazer as coisas", avalia o baterista.
Década de sucesso
Além do início de um novo capítulo para o 5 Seconds of Summer, o fim de 2021 trouxe outro marco para Ashton, Calum, Luke e Michael: a banda completou, em dezembro, 10 anos de atividade. "Definitivamente, a maioria das coisas que aconteceram com a gente nesse meio tempo foram muito mais do que eu poderia pensar. No entanto, eu realmente amei todos os momentos que vivemos, porque eles nos deram poder, nos fizeram perceber que podemos nos empurrar ainda mais e nos fizeram ver que existem pessoas que acreditam na gente", celebra Irwin.
"Ao longo desses 10 anos, nós temos sido uma banda reflexiva e estamos nos tornando uma banda que está ativamente se tornando mais presente no que fazemos. A última década teve um papel muito importante para descobrirmos o que achamos que somos capazes de conquistar nos próximos 10 anos", conta Hood. "Nós também temos conhecimento que é algo monumental estar numa banda por tanto tempo e é incrível que as pessoas tenham continuado com a gente por tanto tempo", admite.
Mesmo fazendo parte do fenômeno global que é o 5 Seconds of Summer, os integrantes da banda garantem que continuam os mesmos garotos que gravavam covers de artistas como Ed Sheeran e Justin Bieber em 2011. "Quando olho à minha volta, ainda vejo os mesmos caras com que eu ensaiava no quarto da minha casa quando eu era criança. Perceber isso mantém as nossas intenções puras e o estresse longe, porque amamos tocar e nós somos bons nisso. É uma coisa natural para nós", assegura Irwin.
"Tocar instrumentos e compor músicas, essas coisas são hobbies para mim. É por isso que é uma benção tão grande fazer isso profissionalmente, porque isso é meu hobbie. É por isso que me sinto feliz, porque eu e os meninos apostamos em algo que nos faria felizes em vez de algo que nos traria dinheiro, naquela época. Agora nós estamos vivendo os efeitos disso a longo prazo", completa.
Fazendo uma retrospectiva dos últimos anos, os integrantes afirmam que a passagem pelos palcos do Rock in Rio 2017 foi um dos momentos mais especiais da carreira. "Foi muito divertido, mas também foi um desafio", revela o baterista sobre a apresentação. "Nós nos sentimos muito sortudos de fazer parte da line-up, mas também nos sentimos pouco equipados. Nós tínhamos apenas dois álbuns lançados e uma música no Top 40 do Brasil, então nós meio que ficamos chocados quando fomos chamados para fazer aquele show", relembra.
Segundo Irwin, a banda teve, na época, um "senso de energia", o que os inspirou a fazer o melhor show que a banda poderia apresentar. "Queríamos mostrar que éramos ambiciosos e queríamos mostrar o nosso lado rock n' roll, e foi o que fizemos", afirma. "Este é o tipo de coisa que eu mostrarei aos meus filhos quando eles crescerem", finaliza.
*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco.