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"Vi de tudo na igreja. Aliciamento, drogas", disse Jotta A em entrevista

Cantora ainda contou como está sendo processo de aceitação da família, depois que ela se assumiu mulher trans

João Mello- Uai
postado em 29/04/2022 19:50 / atualizado em 29/04/2022 19:50
 (crédito:  Reprodução/Instagram)
(crédito: Reprodução/Instagram)

Após assumir para o mundo a sua transição, Jotta A tem trabalhado na retomada de sua carreira. Revelada no mundo gospel e indicada ao Grammy Latino em 2014, a cantora tem falado abertamente sobre o atual momento e contou um pouco sobre o que viu dentro da Igreja e do meio gospel ao longo de sua vida.

Em entrevista para o Venus Podcast, ela revelou que, nos tempos em que ainda era um cantor gospel mirim, ganhou muito dinheiro. Mas alertou para alguns bastidores do showbiz do meio: “É um sistema (o mundo gospel). Tem muitas empresas, e as pessoas precisam tirar isso da cabeça de tentar espiritualizar algumas coisas que não existe”, disse ela, que completou, falando sobre o que viu enquanto esteve atuante como cantor cristão.

“Eu vi de tudo, assim, na igreja. De tudo, mesmo. Aliciamento, várias coisas, drogas”, relatou. Jotta A completou, dizendo que situações como essas são mais comuns do que se pensa dentro do mundo gospel. “As pessoas precisam desmistificar várias coisas. Muitas acham que não existem”.

Na última quinta-feira (28/04), Jotta A lançou seu novo single, voltado para a música pop, intitulado Éden.

Como Jotta A deixou a igreja

Ao ser perguntada sobre o momento em que achou que era a hora de sair da igreja e do meio da música gospel, a cantora disse que, antes da decisão crucial, vivia em situação de comodidade, ganhando muito dinheiro e acumulando milhões de views em suas músicas.

A grande motivação para dar o start em sua reviravolta foi a pandemia: “Era algo que eu sempre tive no meu coração. Mas a vontade falar ‘não, chegou o momento de falar tudo isso’ foi na pandemia. (...) Eu tinha uma agenda lotada para cumprir, funcionários, e não sabia como sair daquele empreendedorismo. Quando chegou a pandemia e as agendas foram canceladas, eu tava morando sozinha, na Colômbia. Eu tava naquele momento de ‘umbral’, mesmo: ‘ou vai, ou racha’”, disse Jotta.

“Do dia para a noite eu falei: ‘não. Eu preciso viver a minha verdade’. Fui até o meu pastor, falei que eu era uma pessoa LGBT, ele chorou, eu chorei, porque é uma emoção, as pessoas colocam uma expectativa sobre você. Algumas pessoas eu tive que despedir, foi um desligamento de vida muito intenso”, pontuou ela.

Ao ser perguntada sobre a relação com os pais após ela ter se assumido mulher trans, Jotta revelou que o processo é mais lento. “Em um primeiro momento, eu não falei nem que eu era bissexual, que é a minha orientação. Eu tive que falar que era gay, porque não passa pela cabeça deles o que é bissexualidade. Falei pra minha mãe, ela já sabia, na verdade, porque a gente já tinha conversado, mas eu namorei uma menina, ela achou que aquilo mudaria de alguma forma.

 

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