ENTREVISTA

Ney Matogrosso abre o jogo sobre nude vazado e relação com Cazuza

O cantor alegou que a imagem chocou pessoas que não conseguem enxergar uma pessoa de 80 anos, como ele, sexualmente ativa

Douglas Lima - Especial para o Uai
postado em 29/04/2022 11:40
 (crédito:  Reprodução/Instagram)
(crédito: Reprodução/Instagram)

Ney Matogrosso abriu o jogo sobre um nude que publicou acidentalmente em seu perfil nas redes sociais no ano passado. Na época, o nome de um dos maiores ícones do meio artístico de todos os tempos foi um dos assuntos mais comentados do Twitter após uma foto de seu pênis ir parar no Instagram. O post foi apagado minutos após a sua publicação, ele confirmou que a imagem era de sua autoria.

Em entrevista ao The noite, programa comandado pelo apresentador Danilo Gentili, o artista falou na madrugada desta sexta-feira (29/4), que não tinha intenção de postar a foto e foi realmente sem querer. O veterano reforçou que a imagem chocou pessoas que não conseguem enxergar uma pessoa de 80 anos, como ele, sexualmente ativa.

"Acha que eu ia postar aquilo de propósito no Instagram? Foi sem querer, era para outro canto. Acho que não teve nada negativo com a história, pelo contrário. Disseram que eu quebrei mais um paradigma, não quero quebrar nada .... Achavam que um homem de 80 anos não poderia estar naquela situação. Azar deles", explicou.

Durante o bate-papo no programa do SBT, o ex-integrante dos Secos & Molhados (1973-1974), também revelou o preconceito que sofria no início da carreira. Segundo ele, por pintar o rosto e usar roupas andróginas, as pessoas o consideravam travesti. Ney comentou que um jornal, se recusava a publicar matérias sobre ele.

"O Jornal do Brasil passou dois anos sem publicar meu nome porque dizia que não publicava travesti. Nunca fui um travesti, nunca ocupei ou quis ocupar o lugar da mulher. Então, cadê o Jornal do Brasil?! O editor dizia que não gostava de mim", recordou.

Na sequência, Matogrosso também falou sobre a sua relação com o cantor Cazuza (1958-1990), um de seus grandes amores, que morreu por complicações geradas pelo HIV. Os dois tiveram um relacionamento que durou cerca de 4 meses no final dos anos 70.

"Ia muito na casa dele, ele sentia muita dor nos pés e eu ficava massageando os pés dele. Um amigo é um amor. Amor e amizade acho que é uma coisa só. Ali tinha sido as duas coisas e era uma só. Ele queria que eu tomasse 'AZT' para ficar na mesma onda que ele. Eu dizia 'Cazuza, não quero ficar nessa onda. Não sabia o que ia acontecer comigo'", contou ele, que frisou que acredita na vida após a morte.

"Acredito. Minha família era espírita. Marco, uma pessoa com quem vivi 13 anos, morreu na mesma época que Cazuza... Estava em casa, fazendo minha barba não pensando em nada... De repente comecei a sentir uma coisa estranha acontecendo, que me invadia e tocava meu coração. Quando aquela coisa encostou em mim eu disse ‘é você, Marco?’ e aquela coisa ficou um segundo, o meu peito cheio de amor e eu voltei ao normal. Não vou acreditar nisso?! Se eu não vou acreditar nisso sou um débil mental. Eu senti, sabia quem era", acrescentou.

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