A plataforma de streaming norte-americana Starz promoveu, em parceria com o Centro de Acadêmicos e Contadores de Histórias da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), um estudo sobre a demanda dos consumidores por representatividade na frente e por trás das câmeras e concluiu que a audiência anseia por mais diversidade nas telas.
Responsável pela produção e distribuição de conteúdos audiovisuais via streaming e televisão a cabo, a Starz criou, em 2021, a iniciativa #TakeTheLead, ou “assuma a liderança”, em tradução livre. A ideia é analisar dados e promover a inclusão de mulheres e grupos sub-representados nas produções cinematográficas. Com palestras mensais, o projeto gera importantes debates sobre a temática. A empresa se uniu ao Centro de Acadêmicos e Contadores de Histórias, do departamento de psicologia da UCLA, para produzir estudos e analisar dados acerca do assunto.
Ainda em 2021, o projeto voltou os olhos para as produções autorais da Starz e criou uma comparação quantitativa com a indústria cinematográfica norte-americana em geral. Os números, positivos para a empresa, provaram que a representatividade nas obras estava acima da média. Agora, a iniciativa decidiu analisar o ponto de vista dos espectadores. Com escopo global, 3.278 adultos entre 18 e 90 anos, de 11 países foram indagados se acreditavam que suas identidades estavam bem representadas na mídia atual. O estudo mostrou que as mulheres se sentem menos retratadas que os homens. De modo geral, as pessoas não acreditam que os personagens as representam com fidelidade.
Neste estudo, quatro importantes dados foram revelados: mais de 75% da audiência internacional quer ver conteúdo multicultural, apenas 38.4% dos entrevistados sente a própria identidade representada e a maioria da audiência internacional se importa com quem está por trás das câmeras. Um total de 57% se importa em ter pessoas de origem diversa e, por fim, quase dois terços da audiência internacional acredita que a diversidade nas telas aumenta a empatia dos espectadores para com outras pessoas.
Vale salientar que, dentre os entrevistados, os homens são maioria com 54,8%, em oposição às mulheres, que somam 43,6%. Outros gêneros, como homens e mulheres transgêneros, não-binários e gênero fluido são menos de 2% do total de entrevistados.