O Festival de Berlim anunciou, em comunicado à imprensa, que não receberá representantes oficiais russos no evento. A decisão, no entanto, não irá afetar a exibição dos filmes de cineastas do país. A próxima Berlinale será entre 16 e 26 de fevereiro de 2023.
"Mesmo diante da guerra criminosa russa, não pode ser intencional a exclusão de cineastas ou profissionais do setor cultural da Berlinale com base na sua nacionalidade, ou para isolá-los. Muitas vezes são precisamente suas obras que transmitem críticas aos seus respectivos regimes. Consequentemente, a Berlinale assume uma posição clara contra o boicote geral a obras culturais com base na sua origem, já que isso também suprimiria vozes críticas. E o mundo precisa delas”, afirmou a organização do festival, em nota.
A reação do festival frente à invasão da Ucrânia pela Rússia não é inédita. Cannes já divulgou a decisão de que não receberá delegações russas na edição 2022, de 17 a 28 de maio. O terceiro grande festival europeu, de Veneza, anunciou que não boicotará cineastas russos contrários a Putin. Porém, a organização reforçou à imprensa que “não aceitará a presença, em nenhum de seus eventos, de delegações oficiais, instituições ou pessoas vinculadas em qualquer capacidade ao governo russo.”
A Berlinale 2022, que foi de 10 a 20 de fevereiro, concedeu o Leão de ouro à diretora catalã Carla Simón, com o filme Alacarrás. O Brasil foi representado pelos longas Mato seco em chamas, de Adirley Queiroz e Joana Pimenta, e Fogaréu, de Flávia Neves, ambos fora de competição. Outros títulos nacionais exibidos foram os curtas-metragens Três tigres tristes, de Gustavo Vinagre, Se hace el camino al andar, de Paula Gaitán, O dente do dragão, de Rafael Castanheira Parrode, e Manhã de domingo, que rendeu o Urso de prata da categoria para o diretor Bruno Ribeiro.
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