Uma foto colagem com corações no mamilos, marcas representando as cicatrizes da cirurgia e a palavra “livre” em caixa alta. Foi assim que Carolina Dieckmann representou, em postagem no Instagram feita na quarta-feira (9/3), a decisão de retirar as próteses mamárias. A atriz publicou na legenda um trecho do texto que escreveu para o portal Mina Bem Estar, sobre a liberdade de se ver sem o silicone.
“O meu doce intuito com esse relato é te dizer que fiz, não me arrependi, mas se voltasse no tempo, não faria. Isso porque, apesar de ter ficado satisfeita com o resultado externo, ele nada tinha a ver com quem eu era internamente. Não me representava”, desabafou Carolina. A musa fez o implante em 2008, logo após amamentar o segundo filho. De acordo com ela, o desejo de colocar silicone surgiu “depois de ter engordado 30 quilos, emagrecidos à marra, na base da fome e com peitos amiudados pela amamentação”.
Mas, com o amadurecimento, Dieckmann percebeu que, na verdade, as inseguranças eram de uma mulher “preenchida de ausências” e imatura. O implante em si, não era o problema, afinal, ele ficou discreto e “lindo”, como descreve a própria. “O mal estava em mim. Um mal de não se compreender como ser mutante. Impermanente, esponjoso de experiências. Um mal de querer voltar quando já não é possível”, conta.
Pressões estéticas
Carolina também fala no texto sobre pressão estética, um dos motivos que a fizeram sentir a necessidade de mudar os seios. "Até quando as pressões estéticas externas vão ditar os nossos processos? Será que é mesmo sobre o que achamos bonito ou é justo sobre aceitação? E até onde (e por que) nos permitimos ir numa busca de algo que talvez acalante os olhos, mas nunca o coração?”, questiona.
“Sei que as cirurgias plásticas ‘salvam’ em inúmeros sentidos e casos. Mas quantas delas são realmente necessárias? Se eu que fiz, não faria. Se cresce o número de mulheres que escolhem tirar. O que isso significa? Eu não tenho uma resposta. O Google também não. Mas talvez você encontre, por mim, por si”, reflete a atriz.
A artista não precisa a data em que retirou as próteses, mas diz que não foi por problemas de saúde. “Minha decisão de explantar tem a ver com esse amadurecimento. Não, eu não tive nenhum problema com as próteses. Elas estavam em perfeito estado, sem aderências, nem desconforto. Mas, além da escolha livre, muitas mulheres precisam retirar por inúmeros problemas e esse percentual não para de crescer, tanto num caso, como no outro”, assegura.
Saiba Mais
Estima-se que no Brasil cerca de 319.000 mulheres coloquem silicone a cada ano. “O que o Google não me disse foi quantas dessas mulheres retiram, nas sei que são muitas, cada vez mais”, constata Carolina. Ao final, ela expõe, para quem quiser ler, o orgulho de ter voltado a ser como é, com os seios naturais e carregados de história e experiência. “Explante. Uma nova palavra para chamar de minha. Sempre gostei de vestir palavras. Cada vez que você se dá conta de ser alguma coisa, se apropria dos significados… Assim, ao longo da vida, somos vocábulos; ou por conta do destino, ou por conta das escolhas”, afirma. “Prazer, Carolina, #explantada”, finaliza.