Três anos após o maior sucesso da carreira, o álbum Violeta, a banda Terno Rei se prepara para dar o próximo passo da carreira nesta quarta-feira (9/3) com o lançamento do disco Gêmeos. Este é o quarto álbum de estúdio da banda paulistana e explora, nas 12 faixas, um lado mais solar, com melodias mais felizes, mas sempre bem apegado ao lirismo que fez da banda um fenômeno recente na música alternativa.
O disco novo vem de um processo longo que envolveu estudo, a pandemia e a imersão artísticas. Com o tempo longe dos shows, a banda se reuniu e pensou como um só. Para encontrar referências para o novo álbum, ouviam todo o tipo de música. “Todo mundo ficou nostálgico na pandemia, acho que na procura por um afago emotivo enquanto se ouvia som”, explica o guitarrista Bruno Paschoal.
Foi desse afago que criaram um álbum que vai da MPB ao rock, com influências de vários cantos, isso tudo sem perder a essência que faz da Terno Rei o que é. “Foi um processo novo, nunca tínhamos feito uma imersão tão grande. Separamos umas 30 ideias e fizemos a seleção das melhores”, conta Bruno. “Fizemos uma coisa bem aberta, que abrange muitas nuances diferentes, mas que ainda mantém a nossa característica como banda”, complementa o baterista Luis Cardoso.
Além de diverso, o álbum é animado, mais alegre e mostra um lado ainda pouco explorado da banda da São Paulo. “É um processo que vem desde o primeiro disco, a discografia começa no Virgília que é mais fechado e escuro, mas a partir disso a gente foi abrindo e tentando buscar uma coisa mais solar”, afirma o guitarrista Greg Maya. Sempre foi uma busca. Então o quarto álbum está em um lugar que talvez a gente quis chegar meio que inconscientemente”, acrescenta.
O adjetivo solar casa tão bem com o álbum, que até a nota sol maior abre uma das músicas. O vocalista e baixista Ale Sater abre a música Internet com o acorde. “Eu sempre quis fazer uma música começando com um solzão aberto e nesse disco tem uma, tentei muito até conseguir”, afirma Ale. “Para a gente que vem de um lugar de uma música mais cabeçuda e introspectiva. Acaba realmente ser um desafio fazer uma música abrindo pelo sol maior”, adiciona Luis.
A banda dá espaço para canções menos mais populares no álbum e felizes no álbum, mas mantém a essência num rock introspectivo e cheio de camadas gerando uma trajetória cinematográfica ao ouvinte. Gêmeos é, como diz o ditado, um disco que “agrada gregos e troianos”. “O que é legal porque tanto a pessoa que só consegue ouvir música mais simples vai ter a oportunidade de ter contato com coisas mais complexas, quanto a pessoa que só gosta de música cabeça vai dar o braço a torcer para um solzão aberto”, analisa Sater.
Sucesso cada vez maior
Desde que lançaram o Violeta em 2019, a Terno Rei lota casas de shows, com ingressos esgotados em minutos. A banda é mais conhecida na cidade natal, mas tem interesse de ter um impacto ainda mais no cenário nacional. Com turnê marcada, com show previsto para 21 de maio em Brasília, a Terno Rei pretende conquistar de vez o público maior no Gêmeos.
“O que rola para mim é que eu quero entregar mais, já que tem mais gente vendo e mais gente envolvida, a nossa ideia é de fazer um show e um disco legais para caramba. A responsabilidade aumenta, mas não pode perder aquela malícia da arte e de fazer o que a gente quer”, afirma Ale. “Temos cuidado para conduzir quem está ouvindo para melhor experiência possível, porque as músicas serão as mesmas, mas o jeito que são apresentadas acaba impactando”, completa Luis.