Música

Em entrevista ao Correio, Bryan Adams fala do 15º álbum e do 'bom rock'

Em entrevista ao Correio, Bryan Adams fala sobre o lançamento de So happy it hurts, 15º álbum da carreira, e a necessidade de se fazer mais rock

Ícone dos anos 1980, marcante com canções como Heaven, Please forgive me, Everything I do, Summer of 69 e Have you ever really loved a woman?, Bryan Adams lança nesta sexta-feira (11/3) o 15º álbum da carreira. Intitulado So happy hurts, o disco marca o retorno do cantor canadense que havia lançado o último disco de inéditas em 2019, e já está disponível nas principais plataformas de música.

Apesar de ser mais conhecido pelas baladas que conquistaram o público durante os mais de 40 anos de carreira que possui e venderam mais de 100 milhões de cópias, o músico se apresenta como roqueiro e investe nessa levada para o novo álbum. "Suponho que fazer rock é uma ideia atualizada, já que tem tão pouco rock por aí", afirma Adams, em entrevista ao Correio.

O artista passou por um processo de muita composição durante a pandemia, e um dos frutos disso foi o disco. Bryan afirma que é algo muito próprio, que não se preocupa com o lado mercadológico ou qualquer tipo de moda que a música atual tem proposto, mesmo levando em consideração que o rock tem ganhado um palanque um pouco maior entre os artistas pop. "Eu não sigo tendências musicais, não sei como fazer isso. Eu só ponho no mundo as 12 melhores músicas que tenho disponíveis no momento", explica.

E, dessa forma, Bryan Adams tem sede de conquistar mais com a própria música e mais espaço no coração de novos fãs, inclusive no Brasil. "Minha segunda maior base de seguidores é a do Brasil, logo após os Estados Unidos, e por uma margem pequena. Eu fico imaginando se o Brasil consegue se tornar o país que mais me segue. Vamos ver!", conta o cantor, que é muito ligado ao público brasileiro. Ele visitou o país, pela última vez, em 2019, e a turnê do novo álbum ainda não tem data marcada na América do Sul.

Entrevista / Bryan Adams

Como foi o processo de desenvolvimento do álbum?

Como sempre, uma vez que fui escrevendo algumas canções vi que já era a hora de voltar para o estúdio. Entretanto, durante este tempo, eu não pude juntar uma banda por conta da covid. Então, eu toquei todos os instrumentos deste álbum sozinho e adicionei alguns solos de guitarra que Keith Scott me mandou via internet. Isso tudo foi ao mesmo tempo desafiador e inspirador, porque quando você se força a fazer algo diferente, algo novo é criado a partir disso. Além disso, foi muito legal tocar bateria, era a ambição de uma vida para mim.

Você está lançando o seu 15º álbum de estúdio. O que está trazendo de novo no trabalho?

Estou trazendo novas músicas para a conversa e esse é o único motivo que estamos tendo uma conversa! Sério, eu não tenho nenhuma expectativa para o que pode acontecer, pois existem vários artistas e milhares de músicas sendo lançadas diariamente, há muito barulho, mas, como artista, você não para de criar só porque os tempos mudaram. Se você tem músicas, termine-as, lance-as e, aí, sim, teremos uma grande conversa.

Você sempre trouxe novas nuances para a sua música. Como você se mantém atualizado para as novas gerações?

É interessante você dizer isso, porque, para mim, é apenas um bom álbum de rock rápido. Não estou seguindo tendências ou tentando mudar o mundo, só estou fazendo meu rock. Porém suponho que fazer rock é uma ideia atualizada, já que tem tão pouco rock por aí.

Sua carreira é baseada em baladas de rock. Como você vê o retorno forte das guitarras para o gênero?

Eu não diria que o Summer of 69 é uma balada, por exemplo. Meus álbuns são praticamente sempre da mesma forma em estilo, como você descreveu na pergunta, baladas e rocks. Eu acho que não posso parar o rádio de tocar o que é mais fácil em cada época.

Há algum novo artista com quem você gostaria de colaborar?

Artista eu não sei, mas gostaria escrever mais para filmes, quem sabe até escrever um novo musical. Em 2018, eu escrevi Pretty woman - The musical [adaptação do filme Uma linda mulher], lancei a minha versão das 16 músicas em 4 de março, logo antes do single So happy it hurts.

Como você acredita que o crescimento das redes sociais impactou o seu trabalho e a indústria musical?

Eu acho que ajudou a ter mais visibilidade e ser mais proativo no trabalho. A internet, no geral, tem ajudado a espalhar a palavra da música, mas infelizmente, não paga m… nenhuma. Eu não sei como os novos artistas vão sobreviver e avançar, a menos que tenham grandes hits. Enquanto isso, o Spotify acaba de investir 300 milhões em um time de futebol espanhol [em referência ao novo acordo de patrocínio com o Barcelona]. Alguém está fazendo dinheiro, mas não são os compositores e letristas.

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