CINEMA

'Summer of Soul' é favorito a levar o Oscar de melhor documentário

O documentário resgata o festival de música afro-americana que se realizou simultaneamente com o de Woodstock, em 1969

Agência Estado
postado em 26/03/2022 09:19
 (crédito: Vice Studios/Divulgação)
(crédito: Vice Studios/Divulgação)

Não é só o casal de cineastas indianos Rintu Thomas e Sashmit Ghosh que está fazendo história no Oscar de documentário, inscrevendo a Índia, pela primeira vez, na disputa do prêmio da categoria, com Escrevendo com Fogo.

O dinamarquês Jonas Poher Rasmussen já conseguiu um feito nunca visto na história da Academia. Seu longa Flee - A Fuga conta, em primeira pessoa, a história de um refugiado. A excepcionalidade de Flee liga-se ao fato de que foi selecionado em três categorias, concorrendo como melhor documentário, melhor animação e melhor filme internacional.

Cinéfilo de carteirinha já sabe, talvez já tenha visto. Flee integrou a programação do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade no ano passado. Será distribuído no Brasil pela Diamond. Ainda sem data de exibição, a distribuidora só informa que não se chamará A Fuga.

Os demais documentários indicados são o belíssimo Summer of Soul, de Questlove, que resgata o festival de música afro-americana que se realizou simultaneamente com o de Woodstock, em 1969; Ascension, de Jessica Kingdon, que investiga a divisão de classes na sociedade chinesa; e Attica, de Stanley Nelson e Traci A. Curry, sobre a chacina de presos na penitenciária norte-americana, em 1971.

Achado raro

A tragédia de Attica já teve versões ficcionais por John Frankenheimer e Marvin Chomsky. A nova versão utiliza material inédito de arquivo, somado a entrevistas com os últimos sobreviventes ainda vivos. Summer of Soul é um daqueles achados raros.

Os registros filmados do Harlem Cultural Festival de 1969 foram localizados num porão, em estado precário. Integrante do grupo de hip-hop The Roots, Questlove - multi-instrumentista, produtor e jornalista musical, além de DJ - recuperou o material e assina a realização. O filme vai além do registro da música e documenta as mudanças comportamentais da população negra, à luz do movimento por direitos nos anos 1960.

Será o provável vencedor - embora Flee também esteja cotado. Não na categoria de longa, mas de curta, o Brasil concorre ao Oscar de documentário com Onde Eu Moro, de Pedro Kos, sobre a luta por moradia. O curta, ótimo, está na carteira da Netflix.

 

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