O Museu de Arte de Brasília (MAB), recebe entre os dias 23 de março e 22 de maio de 2022, a exposição Atrás da Grande Muralha - Nova Arte Chinesa e Brasileira. Com obras impactantes criadas por destacados artistas chineses e brasileiros, a mostra propõe diálogos entre elas e reflete sobre dilemas do mundo contemporâneo.
A exposição ainda inédita, foi idealizada especialmente para o público brasileiro e traz a preciosa e pouco conhecida diversidade da arte contemporânea chinesa.
Um dos objetivos da curadoria é mostrar as diferentes maneiras pelas quais esses artistas utilizam elementos tradicionais da própria cultura, como a caligrafia, a tinta chinesa e os vestígios da pintura realista socialista, para criar obras criativas e impactantes, voltadas a questões atuais e globais.
São trabalhos que traduzem esteticamente a pandemia da Covid-19, as desigualdades da globalização, a fragilidade da matéria, problemas ambientais, a hipocrisia humana e o território estreito e desolador do preconceito.
"Os artistas chineses primam por criar obras cheias de frescor, com reflexões sobre o mundo em que vivemos, mas, ao mesmo tempo, valorizam técnicas e temas locais e tradicionais. A partir de um mergulho na própria cultura, produzem obras inovadoras", afirma o curador Clay D'Paula.
Para reunir as obras expostas no Brasil, ele fez várias viagens à China e algumas criações foram feitas especialmente para a exposição. "O público brasiliense terá a oportunidade de conhecer em primeira mão o projeto, antes de sua itinerância pelo país e internacionalmente", comemora o curador.
O gestor do MAB, Marcelo Jorge, acredita que "em um momento de confronto entre Ocidente e Oriente, a cultura pode criar uma ponte de entendimento entre os dois lados. A exposição é uma ocasião privilegiada para conhecermos melhor a China e vice-versa."
Obras
O público encontrará obras em suportes e linguagens variados, como pintura (a tinta acrílica, a óleo e com tinta chinesa); escultura; fotografia, azulejaria; arte em situ; animação; e recorte em papel (ícone da tradição chinesa).
Um ponto alto da mostra é a relação que alguns artistas brasileiros estabelecem com a cultura chinesa. "É tão forte,que quando o visitante chegar às salas da exposição será praticamente impossível para ele determinar se a obra foi criada por um artista chinês ou brasileiro. Há um convergência estética imensa entre os dois grupos. É justamente essa confluência cultural que me estimulou a produzir a exposição,que levou quatro anos para ser organizada", conta Clay.
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