Envelhecer é uma m****

Alain Delon pede a filho que providencie sua eutanásia

Ator francês de 86 anos, que sofreu um AVC em 2019, afirmou que é a favor de adotar a prática no futuro

Douglas Lima - Especial para o Uai
postado em 21/03/2022 09:14 / atualizado em 21/03/2022 10:55
 (crédito: Reprodução/Instagram)
(crédito: Reprodução/Instagram)

Alain Delon, de 86 anos, ícone do cinema francês e europeu, decidiu recorrer à eutanásia, de acordo com um de seus filhos, Anthony, responsável por organizar todo o processo e acompanhá-lo em seus momentos finais.

Em entrevista à revista francesa Le Point, Anthony contou que Alain, que mora na Suíça, onde o procedimento é permitido, pediu para que o filho organizasse o processo para terminar a sua vida.

No ano passado, o astro já havia falado sobre o assunto em entrevista à emissora TV5 Monde, ele reforçou que "é a coisa mais lógica e natural a se fazer a partir de uma certa idade, de um certo momento".

"Primeiro porque moro na Suíça, onde a eutanásia é possível, e também porque acho a coisa mais lógica e natural. A partir de certa idade, de um determinado momento, temos o direito de dar o fora com calma, sem passar por hospitais, injeções ou coisas assim", afirmou.

"Envelhecer é uma m****! Você não pode fazer nada sobre isso. Você perde o rosto, perde a visão. Você levanta e, caramba, seu tornozelo dói", acrescentou na época.

Em 2017, o artista anunciou o fim da carreira como ator, aos 81 anos. Em 2019, Alain Delon sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e chegou a ficar internado por três semanas.

Vale destacar que terminar a vida por meio da eutanásia também era um desejo da mãe de Anthony e mulher de Alain, a atriz Nathalie Delon, que morreu aos 79 anos, em janeiro de 2021. Ela tinha câncer no pâncreas e escolheu o procedimento, mas acabou morrendo naturalmente antes.

A eutanásia é uma prática que promove uma morte indolor e geralmente é solicitada por pacientes em estado terminal, para aliviar sofrimentos causados por uma doença incurável ou dolorosa. É legalizada em países como Bélgica, Espanha, Holanda, Suíça, Luxemburgo, Canadá e Nova Zelândia. No Brasil, o procedimento é um crime previsto em lei como assassinato.

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