JUSTIÇA

Universal acusa Andressa Urach de ato "maquiavélico" para se promover

A ex-miss bumbum pede na Justiça do Rio Grande do Sul a devolução de cerca de R$ 2 milhões em doações, feitas à Universal entre 2015 e 2019

Cecília Sóter
postado em 15/03/2022 17:30 / atualizado em 15/03/2022 18:19
A modelo afirma no processo ter sido
A modelo afirma no processo ter sido "abduzida" pela Igreja após um grave problema de saúde e que, "iludida pelas promessas de solução espiritual", passou a contribuir financeiramente com a Universal, o que lhe teria causado "a perda desenfreada do seu patrimônio" - (crédito: Reprodução)

A Igreja Universal do Reino de Deus disse à Justiça que a ex-miss bumbum Andressa Urach mentiu ao declarar que as doações que fez à instituição ocorreram após ter sofrido "coação" de pastores e "lavagem cerebral". Urach pede na Justiça do Rio Grande do Sul a devolução de cerca de R$ 2 milhões em doações, feitas à Universal entre 2015 e 2019. As informações são do portal Uol.

A modelo afirma no processo ter sido "abduzida" pela Igreja após um grave problema de saúde e que, "iludida pelas promessas de solução espiritual", passou a contribuir financeiramente com a Universal, o que lhe teria causado "a perda desenfreada do seu patrimônio".

"Fui iludida, ludibriada, enganada e escancaradamente roubada pela Igreja, durante um momento de total fraqueza", disse na ação.

Além da devolução das doações, ela pede uma indenização por danos morais. Segundo Andressa, foram doados quatro veículos (Porshe Cayenne, Land Rover Evoque, Renaut Fluence e Hyunday i30) e R$ 1,5 milhão em dinheiro.

A Universal declarou em documento de defesa apresentado em fevereiro, que a ação é um ato "maquiavelicamente" criado pela modelo para se promover. Disse que ela é ingrata e que busca "enriquecer ilicitamente" às custas da igreja.

A instituição religiosa afirmou ainda que Urach ganhou muito dinheiro ao escrever um livro contando sobre a sua conversão espiritual e que fez as doações por livre vontade.

"É evidente que tinha condições de discernir e poderia ter deixado de frequentar a Igreja", afirmou. "Porém, estranhamente, somente o fez após cinco anos de convivência e do lançamento de dois livros narrando sua biografia."

A defesa da igreja anexou ao processo uma entrevista segundo a qual Andressa disse que as doações foram uma "questão de consciência", pois se tratava de dinheiro sujo, proveniente da prostituição.

Afirmaram ainda que a ação é uma "infeliz tentativa" de Andressa de se promover pessoal e profissionalmente às custas da Universal.

Em um primeiro documento de defesa enviado pela Universal à Justiça, em setembro do ano passado, eles declararam que a modelo agia com "má-fé" ao dizer que, em razão das doações feitas à igreja, não tinha condições nem mesmo de arcar com as taxas judiciais que são cobradas para o andamento do processo (cerca de R$ 50 mil) no Rio Grande do Sul.

Na época Andressa respondeu que a Universal "faltava com a verdade". A ação ainda não foi julgada.

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