A arte mexicana dos anos 1920 e 1930 inspirou a exposição Maravilhas do México, em cartaz na galeria Fayga Ostrower, no Eixo Cultural Ibero-Americano, antigo Complexo Funarte. Um grupo de 15 artistas brasileiros e estrangeiros produziu um total de 18 obras inspiradas na produção do país, especialmente em Frida Khalo, referência da produção artística do México.
Segundo a curadora da mostra, Lee Soares, os artistas estudaram a arte mexicana antes de investir nas obras expostas em Brasília. O México tornou-se o centro da arte sul-americana nas décadas de 1920 e 1930 ao abrigar uma vanguarda formada por artistas engajados política e socialmente. Atentos às raízes pré-colombiana deixadas pelas civilizações Maia, Inca e Asteca e sensibilizados pelas ideias revolucionárias que guiavam o mundo naqueles tempos, nomes como Frida Khalo e Diego Rivera investiram em uma arte ancorada nos tempos de então.
Se Frida era mais pessoal, Rivera não escondia o comentário social em muitos dos painéis que pintou na Cidade do México e em outros lugares. Movidos por essa perspectiva, artistas como o espanhol Dalmau, o português Emanuel Nunes e os brasileiros Irany Tibirça e Eloisa Lobo criaram as pinturas e desenhos expostos em Brasília.
O antigo Complexo Cultural da Funarte mudou de nome e passou a se chamar Eixo Cultural Ibero-Americano no final ano passado, quando começou a ser administrado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec) e deixou o guarda-chuva do Governo Federal. A abertura de Maravilhas do México marca a retomada das atividades.
A mudança do nome do local, segundo Mariana Abreu, gestora do espaço, foi uma maneira de homenagear Brasília. “Brasília é a sede da capital ibero-americana das culturas, então a gente está transformando o espaço para transformar em legado esse título”, explica. “Nosso intuito é enfatizar tudo que tenha relação com os países ibero-americanos. A gente vai trazer essa programação para o espaço Eixo Cultural Ibero-Americano.”
Segundo Mariana, o local também passará por reformas. Há obras previstas para a sala Plínio Marcos, com início em março e entrega prevista para junho, e na Sala Funarte. “A Funarte é um órgão e o espaço foi devolvido, então não faz sentido o espaço estar associado a um órgão federal”, diz a gestora, ao explicar a mudança de nome. “A Secec viu uma oportunidade de fazer mais entregas para a população. O intuito é trazer vida ao espaço, retomar as características da cena cultural brasiliense como um todo. A programação deste ano prevê muito uso da área externa, muita programação para a família.”
Maravilhas do México
Com obras de Irany Tibiriça, Milton Pontes, Marcos Anthony, Eloisa Lobo, Sandro Góis, Ivaan Hansen,
Souza, Luciane D'Alessandro, Dalmau, Cristina Ravagnani, Neto Sansone, Cimara, Beto Kelner e Emanuel Nunes. Curadoria: Lee Soares. Visitação até 31 de março, de sexta a domingo, das 10h às 17h.