Cinema

O sucesso de Eduardo & Mônica

Ricardo Daehn
postado em 22/02/2022 11:35 / atualizado em 22/02/2022 11:35
 (crédito: f)
(crédito: f)

Foi em meados de janeiro que o Cine Brasília (EQS 106/107) abrigou uma das provas iniciais para a carreira do longa-metragem Eduardo & Mônica, de René Sampaio: em três dias, um público de mais de 2 mil pessoas esteve nas sessões prévias do filme lançado no circuito em 20 de janeiro. Pois é a mesma sala que, a partir de hoje, receberá uma sessão diária, às 20h, do longa inspirado na música assinada por Renato Russo.

Há 16 anos inserida no universo criativo do Trovador Solitário, a produtora Bianca De Felippes está à frente da montagem da peça Renato Russo — O musical, visto por mais de 300 mil pessoas, e ainda produziu o novo longa, praticamente oito anos depois da experiência com Faroeste caboclo (2013), traz muita animação, pelo acolhimento da fita no Cine Brasília.

"Por mim, ficaria eternamente em cartaz lá, e não apenas as seis semanas, como é quase convenção", observa. No rendimento da história de amor entre Eduardo (Gabriel Leone) e Mônica (Alice Braga), Brasília corresponde no bojo de espectadores : o Cine Drive-in (no Autódromo) contempla a maior média de público do país para o filme.

Brasília é foco grande de interesse para Bianca que, por meio da distribuição e produção de longas na Gávea Filmes, trouxe à tona produções como o documentário Oscar Niemeyer — A vida é um sopro (2007). Por enquanto, Eduardo & Mônica caminha para a marca dos 400 mil espectadores. Num outro cenário, Faroeste caboclo, no primeiro fim de semana, trouxe para as salas 540 mil pagantes.

"Entramos num ótimo circuito, de 500 salas iniciais. Esperávamos mais de 1 milhão de público, mas tivemos que lutar contra a pandemia e contra super-heróis, para estar em cartaz", explica a produtora, numa referência ao estrondo de Homem-Aranha: sem volta para casa. "Cerca de 3 mil salas do país exibiam Homem-Aranha, que caminha para público superior a 17 milhões", completa.

Produtora de títulos como La serva padrona (1998) e Copacabana (2001), Bianca traz consigo a visão de mercado de quem, com Carlota Joaquina (filme de 1995 também assinado por Carla Camurati), ter auxiliado no lançamento, de forma independente, de um fenômeno nacional que bateu 1,2 milhão de espectadores. "No Eduardo & Mônica, com cuidado de ter um roteiro fiel à música; que toca os anos de 1980, mas para ser visto nos anos 2000, almejamos todas as idades e variações de público. Mas entramos no pico da ômicron, num ápice para a contaminação da covid-19, e isso esvaziou os cinemas, em geral. Eram mais de 1.000 mortes diárias no país, além da série de internações e das discussões em torno da doença e a contaminação de crianças", explica Bianca De Felippes.

Ainda que Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília tenham formado um público diferenciado, o longa dirigido por René Sampaio figura como atração de 100 salas no país. "Torcemos para não sermos expulsos por mais um herói que chegará às telas: Batman (previsto para 3 de março)", brinca a produtora. Com duas mudanças na data de lançamento, além da primeira, em 2020 (quando da eclosão do coronavírus), Eduardo & Mõnica se mantém, no DF, em 12 salas. É um sucesso de público, visto que Marighella (de Wagner Moura) alcançou público superior a 300 mil e Turma da Mônica — Lições ultrapassou 700 mil (mas, longe do momento crítico da ômicron).

Ainda mantendo o segredo em torno da divulgação da futura nova obra de Renato Russo a ser adaptada por René Sampaio para os cinemas, Bianca De Felippes, que sempre levou em conta o contato direto com o público — no teatro, esteve à frente da montagem de mais de 40 peças —, vislumbra novas ações no andamento de Eduardo & Mônica. Dia 8 de março, estará, ao lado de René Sampaio, numa sessão, seguida de debate, no Itaú Casapark (e encontro na Livraria da Travessa). Para o dia 27 de março, data de nascimento de Russo (há 62 anos), ela fará alguma homenagem especial, em Brasília.

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação