O cineasta e jornalista Arnaldo Jabor, de 81 anos, morreu na madrugada desta terça-feira (15/2) em São Paulo. Ele estava internado desde dezembro do ano passado no Hospital Sírio-Libanês, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).
No fim de dezembro, um boletim médico dizia que Jarbor tinha tido uma melhora progressiva e estava consciente. Porém, de acordo com a família, o carioca não resistiu as complicações do AVC.
"Jabor virou estrela, meu filho perdeu o pai, e o Brasil perdeu um grande brasileiro", escreveu em uma rede social Suzana Villa Boas, ex-mulher de Jabor. Ele deixe três ex-mulheres, três filhos e quatro netos.
Arnaldo Jabor começou como cineasta na década de 1960, antes disso, já tinha trabalhado como técnico de som. Jabor se desenvolveu no movimento do Cinema Novo, que tinha como objetivo criticar as desigualdades no país.
Seu primeiro longa foi o documentário Opinião Pública, lançado em 1967, uma espécie de mosaico sobre como o brasileiro olha sua própria realidade. Em 1970, ele dirigiu Pindorama, o primeiro longa de ficção da carreira. O filme usa de metáforas para driblar as censuras do governo durante a Ditadura Militar.
Ao longo da carreira, ele dirigiu sete longas, dois curtas e dois documentários. Entre eles, o filme Toda Nudez Será Castigada, uma adaptação da obra de Nelson Rodrigues, que ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim, em 1973.
Em 1978, ganhou o prêmio Candango de Melhor Filme, no Festival de Brasília, por Tudo Bem. O cineasta ainda ganhou o Kikito de Ouro de Melhor Filme, no Festival de Gramado, por Toda Nudez Será Castigada (1973) e o Prêmio Especial do Júri, no Festival de Gramado, por O Casamento (1975).
A partir de 1991, Jabor começou a escrever crônicas para jornais e fazer comentários políticos na televisão e na rádio. Foi a partir dessa época que o cineasta se tornou mais conhecido. De lá para cá, escreveu oito livros.
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