Artes Visuais

João Angelini participa da Bienal de Veneza com obra em NFT

O artista João Angelini estará na edição de 2022 da Bienal de Veneza com a série 'Tudo que é sólido', em formato NFT

Nahima Maciel
postado em 04/02/2022 16:12
Angelini transformou uma série de fotos em obra em NFT -  (crédito: Minervino Junior/CB)
Angelini transformou uma série de fotos em obra em NFT - (crédito: Minervino Junior/CB)

Uma série de obras do brasiliense João Angelini foi selecionada para participar de exposição no Pavilhão de Camarões inteiramente dedicada ao NFT na 59ª Bienal de Veneza. A mostra está programada para ser realizada entre 23 de abril e 27 de novembro. Além de Angelini, o brasileiro Eduardo Kac também está entre os convidados para o pavilhão. A participação nasceu de uma iniciativa da Galeria Leme, que representa os dois artistas e criou um departamento para lidar com a arte em NFT.

Para o pavilhão, Angelini transformou em NFT a série Tudo que é sólido, um conjunto de fotografias de um cubo de mármore em queda em grandes plantações de soja, sorgo e milho do Planalto Central. “Foi um barato pensar isso em NFT, ficou muito melhor que no impresso, por causa das questões da virtualidade e inexistência material da ideia de que tudo que é sólido desmancha no ar”, explica o artista. “Acho que as questões tanto da imaterialidade do NFT quanto da especulação do mercado de criptomoeda são ótimas para o Tudo que é sólido.”

Sigla para non-fungible token, NFT é um suporte no qual a obra acaba por se tornar o próprio certificado. O proprietário detém o código que possibilita sua exibição. Para Angelini, essa foi a primeira experiência com esse tipo de produção artística. “O NFT não é uma coisa nova, mesmo porque não tem um protocolo técnico nem moral definido em relação a questões de lastro, autoria”, explica. “É uma coisa confusa de ser a coisa e o certificado da coisa. É um tipo de certificação digital, mas também é a própria obra. Estou tentando entender, enquanto artista, obras que não só sejam possíveis em NFT mas que tenham suas questões conceituais e narrativas reforçadas quando colocadas nesse formato. Obras que, quando escolhidas para serem finalizadas em NFT, tenham suas próprias questões reforçadas com mais objetivo e definição.”

Bienal

Além de Angelini e Kac, outros seis brasileiros participam da Bienal de Veneza, que este ano tem curadoria de Cecilia Alemani e vem com o título de The milk dreams. No Pavilhão Arsenal, a maior mostra do evento, estarão obras de Jaider Esbell, Lenora de Barros, Rosana Paulino, Luiz Roque e Solange Pessoa. O Pavilhão do Brasil recebe Jonathas Andrade, com curadoria de Jacopo Crivelli.

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