Para além da sorte na carreira à qual se referiu, certa vez, o compositor John Williams traz no sucesso a capacidade de unir a música orquestral dos filmes clássicos de Hollywood com experimentações. Quem explica o detalhe na longevidade da carreira do autor (campeão nas indicações ao Oscar; são 52) é Rafael Bezerra, curador da mostra Sonora: John Williams , a ser apresentada, a partir desta quinta-feira (3/2), no CCBB. "Ele fundiu o que estava fora de moda, na época em que iniciou a carreia, com misturas de outros gêneros de músicas, tudo ajustado ao sentido do enredo de cada filme. Claro que o fato de ele ter conhecido Steven Spielberg, quando jovem e promissor cineasta, e ter feito trilhas sonoras para grandes sucessos de bilheteria (como Tubarão e Esqueceram de mim) ajudou muito na longa carreira", comenta.
Até 4 de março, com entrada franca, serão exibidos 27 longas-metragens que contam com as artimanhas musicais de John Williams. O primeiro a ser mostrado, nesta quinta, às 19h, será O destino de uma paixão (1970). O filme adapta romance de meados do século 19, de autoria de Charlotte Brontë. Trata de um caso em que uma jovem, trabalhadora de castelo, fica intrigada diante de um segredo do patrão casado. O filme foi sucedido, em retrospecto, por Um violinista no telhado (atração de 1971 a ser mostrada em 11 de fevereiro, às 18h40), que resultou no primeiro Oscar para John Williams. No longa, Chaim Topol interpreta um sujeito bonachão e aguerrido na manutenção da tradição judaica.
Sábado (5/2), às 19h, será a vez de Jurassic Park, recheado por notas musicais chamativas que sempre colocaram John Williams em patamar de destaque, à altura de trilhas, como as dos filmes de Indiana Jones, Superman e até Harry Potter.
Para entender parte da trajetória da linha autoral de compositor, a partir dos anos de 1960, dia 10 de fevereiro, às 19h, foi montada aula com Tomaz Alves Souza, compositor de Bacurau. "A masterclass será uma reflexão sobre a carreira e a obra do compositor."
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