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Em ótima fase profissional, Cacau Protásio fala sobre vida e sucesso

Atriz que protagoniza 'Juntos e enrolados', longa que caiu no gosto dos brasileiros, concedeu entrevista ao Correio e contabiliza lutas e vitórias

À frente, nas bilheterias, até mesmo do popular filme brasileiro Turma da Mônica — Lições, Juntos e enrolados traz a confirmação do gosto pela comédia entre os espectadores do país. Mesmo assim, a estrela do filme, Cacau Protásio, ainda luta por superação de preconceitos e pela extensão de solidariedade, em tempos de acirrada pandemia. "Rir é um ato de resistência", reforça a artista, em entrevista ao Correio, quando fala dos holofotes alcançados ao lado do amigo Paulo Gustavo (morto em 2021), colega dela no humorístico Vai que cola, atração do Multishow.

É no mesmo canal, por sinal, que a atriz, aos 46 anos, nascida em Campo dos Goytacazes (RJ), enfrenta o novo desafio com o programa Família Paraíso, a ser estrelado ao lado de Leandro Hassum e Viviane Araújo. Quase três anos depois do longa Vai que cola 2: O começo, feito ao lado da parceira Catarina Abdalla, Cacau Protásio ressurge no cinema, em Juntos e enrolados, com outro colega pra lá de admirado: Rafael Portugal. "A gente riu o filme todo. Concentração era uma coisa que não existia nesse set (risos)! Era muito legal viver nesse set, tudo que a gente fazia era muito aproveitado. Rafael me acolheu absurdamente! Trabalhar com ele é maravilhoso, ele é super generoso", avalia.

Abundantes também têm sido as cifras conquistadas pelo filme Juntos e enrolados que, entre os atuais títulos de produções brasileiras, fica atrás apenas de Eduardo & Mônica. No filme de Cacau (dirigido pela dupla Eduardo Vaisman e Rodrigo Van der Put), ela dá vida à bombeira Daiana, um verdadeiro tsunami na vida amorosa de Júlio (Portugal). "O filme é uma comédia maravilhosa, com amor, confusão, tiro, porrada e bomba, e tem uma música linda, feita pra ficar na cabeça, para sempre. Toda vez que a gente (Júlio e Daiana) briga, e cai no pau, a gente vê que o amor prevalece. Brigamos e vemos que foi por uma besteira. De repente, acho que, depois de conferirem o filme, alguns casais podem voltar. Fico muito feliz quando a gente faz um filme que está ajudando as pessoas", observa a atriz.

Tendo estreado no audiovisual, numa ponta de Os Aspones, série crítica tanto com a política quanto burocracias nacionais, Cacau, que se afirmou na pele da auxiliar de cozinha Zezé, da novela Avenida Brasil (2012), sabe da afirmação e da relevância da representatividade. "Quando eu era muito pequena, eu não via atrizes negras, princesas negras. Quando eu comecei a ficar mais mocinha, passei  a ver muito mais (nomes como Ruth de Souza e Chica Xavier). Hoje, tendo pessoas como eu, Taís Araújo (colega de cena, em Mister Brau), Isabel Fillardis, Juliana Alves, as crianças veem e sabem que é possível. Fico muito feliz fortalecendo essa criançada que me vê. Os pretos e as mulheres pretas são vítimas de preconceito todos os dias. A estatística não mente", demarca.

Outra frente bem aproveitada por Cacau, no ideal de renovação do cinema nacional, vem com os trabalhos ao lado de diretoras. Em Amarração do amor (2021), a cineasta Carolina Fioratti comandou a trama que agregou umbanda, catolicismo e judaísmo. Outra ponta de orgulho brota de A sogra perfeita (2020), criação de Cris D´Amato (a mesma de SOS: mulheres ao mar), na qual retratou uma dona de salão de belezas que pretende se emancipar do filho grudento.

Outro vínculo estreito vem junto ao criador de hits de cinema Roberto Santucci. Ele soube aproveitar a divertida verve suburbana de Cacau, nos filmes Os farofeiros (2018), que colocava um grupo de veraneio bem insatisfeito com o destino de férias distante da idealizada Búzios, e ainda em No gogó do Paulinho (2020), no qual interpretou Nêga Juju.