A arte é a forma de se expressar que a atriz Resa Saffa Park encontrou para expor os sentimentos. A cantora e atriz lança em fevereiro o EP Spaces e aproveita o sucesso atuando na série Ragnarok da Netflix para alavancar a carreira na música.
A artista, mais conhecida como atriz, agora investe pesado na carreira musical. "É um EP sobre como nós nos relacionamos com o próximo e de como agimos com os outros levando em consideração cada contexto", explica Resa ao Correio. "O disco fala sobre as lacunas e perdas. Tudo tem em comum os relacionamentos. Estar com alguém, não estar mais com alguém, sofrer a perda de alguém. É sobre entender os lugares de cada lacuna, até mesmo o espaço que tivemos que ter uns com os outros nestes tempos de covid. O trabalho abarca muitas relações sobre espaço e o que isso significa e incorpora nas nossas vidas", completa.
Resa, na verdade, tem dois nomes artísticos. Musicalmente, atende por Resa Saffa Park, uma mistura do próprio apelido, Resa, e o parque favorito que frequentava quando mais nova, Safa Park, em Dubai, cidade em que nasceu. Já como atriz, usa o nome de batismo, Theresa Frostad Eggesbø. O motivo foi, principalmente, o fato de ter um sobrenome norueguês, nacionalidade dos próprios pais, que gera dificuldade para o público falar e decorar. Contudo, ela aproveitou a oportunidade para a expressão artística. "Eu tinha interesse em criar um nome novo e louco para a minha música, porque é uma forma de ter liberdade e de ser criativa", conta.
Como Theresa, ela fez sucesso em seriados como Skam antes. Porém o conhecimento a nível mundial também foi graças ao trabalho como atriz na série Ragnarok, da Netflix, produção que chegou entre as três mais vistas na versão brasileira do streaming em 2020. Mesmo com a atuação sendo mais frutífera, ela acredita que os dois formatos a ajudam no que mais quer: expressar-se. "Tanto atuar quanto cantar são reflexos de sentimentos. Acredito que um tom de voz, ou uma nota no piano, possuem uma emoção significativa ligada a eles", crê a atriz e cantora. "São formas de comunicar sensações que não necessariamente são possíveis de serem verbalizadas", adiciona.
O fato de estar menos consolidada como musicista não muda a relação dela com este tipo de arte, muito pelo contrário, já que se sente mais verdadeira cantando. "Eu ainda estou na espera de um papel em que eu possa realmente trabalhar as minhas emoções. Talvez atuar em algo menos confortável. Na música, por outro lado, eu consigo usar todo o sentimento e desconforto que sinto para enriquecer o trabalho", pontua. Saffa Park escreveu músicas e poemas desde pequena e, por isso, se sente familiarizada neste espaço. "Eu me sinto autêntica, acontece sem que eu force. Sou eu presente e não fazendo algo para tentar ser popular", complementa.
Relação antiga
A cantora está de olho no Brasil há anos. Ela conta que percebeu que o país está todo ano entre os três locais que mais escutam as músicas que ela lança e ela tem interesse de investir nesse público, tanto que lançou um vídeo com a letra do último single (Dandelions) traduzida para o português. "Eu fiquei sabendo que os melhores e mais loucos fãs são brasileiros. Eu quero muito ir para aí e tocar em algum momento", expõe Resa. Entretanto ela já teve contato com o Brasil antes. No ensino médio, dividiu quarto com uma brasileira, na Califórnia. " Lembro de ouvir as ligações de Skipe dela em português e achar a língua de vocês linda. Tenho muita curiosidade de conhecer o país desde
então", recorda-se.