Morreu neste domingo (16/1) a atriz Françoise Forton. Ela estava internada há quatro meses na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, para tratar de um câncer. A informação foi divulgada pelo colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo.
Em 1989, quando gravava a novela Tieta, Françoise já tinha sido diagnosticada com outro tumor. Naquela época, ela recebeu tratamento para um câncer no útero. A atriz deixa o filho, Guilherme Forton Viotti, fruto do primeiro casamento com o físico Ênio Viotti, o marido, Eduardo Barata, e duas enteadas, Maria Eduarda e Maria Antônia.
Conhecida por atuar na TV em mais de 40 novelas, a artista fez sua última aparição na TV em 2019 na novela Amor sem Igual, da Record. Em 2018 o público pode assistir Françoise no filme Coração de Cowboy. Na Globo, são muitos os trabalhos memoráveis da artista, como a já citada participação em Tieta, além de Meu Bem, Meu Mal, Perigosas Peruas, Quatro por Quatro e O Clone.
Forte relação com Brasília
Carioca de nascimento, François pertence à geração de artistas que desenvolveu uma ligação com o Distrito Federal quando a capital do Brasil foi transferida para cá. Em março de 2018, ela concedeu uma entrevista Correio em que contou como “tudo começou” aqui. Na época, a artista comemorava o sucesso da novela Tempo de amar e retornava ao teatro com a peça Estúpido cupido.
“Comecei a fazer teatro amador com o Teatro Equipe de Brasília, do diretor Donato Donati. Eu tinha 7 anos e a gente fazia na Escola Parque teatro infantil e também um auto de Natal nas cidades satélites. Na Festa dos Estados, eu desfilava pela barraca de Brasília. Mas nunca fui modelo ou manequim, sempre fui atriz. Essa vontade começou em Brasília. Fiz balé com a Norma Lillia, que foi madrinha do meu primeiro casamento. Estudei canto coral na UnB. Tudo começou em Brasília”, contou.
Françoise lembrou como a relação com a cidade foi importante para o começo de sua vida artística. “Meu primeiro filme foi um curta para a BBC de Londres chamado Françoise dream, que era eu meio que bailando por Brasília para mostrar a cidade. Eu sou fruto da Brasília de uma época em que a cultura fervilhava e ainda fervilha. Mas, na minha época, tivemos muitos privilégios, como ver o Teatro Bolshoi na Concha Acústica”, narrou.
Em outra conversa, em 2013, a atriz disse que começou a se interessar por teatro depois de assistir Gláucia Rocha em uma montagem de Sonho de uma noite de verão em uma das escolas parque da capital. “No camarim, Gláucia me disse: Toda atriz tem que cantar, dançar e representar, não precisa ser primeira bailarina, não precisa ser primeira cantora, mas ela tem que estar com seu instrumento vivo e desperto”, relembrou. Ela também esteve presente no longa que homenageou Dulcina de Moraes em 2019.