Franquia de sucesso nos quadrinhos, que migrou para o cinema e conquistou uma legião de fãs, Kingsman chega ao terceiro longa da saga com a história de como a famosa alfaiataria britânica se tornou um grupo independente de espiões altamente treinados. King's man: a origem chega aos cinemas hoje e volta para a Primeira Guerra Mundial no intuito de mostrar o início de tudo.
O prelúdio apresenta Orlando Oxford, personagem de Ralph Fiennes, um homem rico e influente no Reino Unido, que tenta arranjar novas formas de influenciar na política internacional para conseguir dar um fim na Primeira Guerra Mundial pelos bastidores. Enquanto isso, vive um drama com o filho Conrad, interpretado por Harry Dickinson, que quer, de qualquer forma, se juntar às tropas para defender a Inglaterra na batalha. Completam o elenco nomes do calibre de Rhys Ifans, Djimou Hounsou, Charles Dance, Matthew Goode, Tom Hollander e Gemma Arteton.
O filme mescla fatos históricos, ação e comédia, e apresenta a guerra como uma grande conspiração internacional. Figuras lendárias como o monge russo Rasputin, o arquiduque austríaco Francisco Ferdinando e até o revolucionário Vladimir Lenin são evocadas. De forma frenética, o longa reescreve a história sob os olhos do embrião que iria se tornar o grupo de agentes secretos. Sem nenhum apego a retratar os fatos como realmente aconteceram, apenas utilizar a história real como ferramenta roteirística.
A produção, que sofreu com repetidos adiamentos devido a pandemia, chega para criar uma base para a Kingsman, aumentar a mitologia da franquia nos cinemas e dar um novo fôlego, assim como um novo elenco, para conseguir explorar ainda mais a saga popular nos cinemas. O longa dá deixas de que esses personagens podem ser o futuro de Kingsman.
Crítica // King's man: a origem ##
Ação que se sobrepõe à história
Quando Kingsman: serviço secreto chegou aos cinemas em 2014, o longa apresentou um formato diferente de fazer ação, com cewas complexas e sequências de dublês pouco usuais, além de uma aplicação muito certeira dos momentos com efeitos visuais. O roteiro também foi honesto e corajoso. Porém, desde então, as sequências tentam repetir a fórmula sem o mesmo sucesso. Tanto Kingsman: o círculo dourado quanto a estreia de hoje King's man: a origem não atingem as expectativas, levantadas muito por conta do sucesso do primeiro longa da franquia.
No caso do novo filme, fica visível que o diretor e roteirista Matthew Vaughn tenta se reencontrar com aquilo que uma vez conseguiu fazer. Contudo, também é evidente que ele se perde no caminho. São muitos personagens e núcleos e pouco apego histórico e com o roteiro. Para alguns espectadores, certas escolhas de enredo podem soar até desrespeitosas com a história de alguns países.
Entretanto, a película não é de todo um erro. É possível perceber os traços que marcaram os filmes da saga até então. Com boas cenas de ação, muitas cores e um humor satírico. As cenas entretém, mas o Kingsman já não é o mesmo, apesar de parecer que pode estar apenas se organizando em uma nova tentativa de aventuras.