Neil Young conseguiu que o Spotify retirasse suas músicas após o ultimato que lançou para que a plataforma escolhesse entre ele ou Joe Rogan, o polêmico podcaster acusado de espalhar desinformação sobre a covid-19.
O lendário artista por trás de sucessos como "Heart of Gold" e "Harvest Moon" publicou uma carta aberta esta semana acusando a plataforma de streaming de "propagar informações falsas sobre vacinas, potencialmente causando a morte daqueles que acreditam", ao disponibilizar os podcasts de Rogan para milhões de ouvintes.
Na quarta-feira, ele postou uma segunda mensagem em seu site, agradecendo à gravadora Reprise Records, da Warner, por seu apoio "em nome da verdade". No texto, afirma que o Spotify gera 60% de sua renda musical.
Ainda assim, pensa que o boicote vale a pena. "Mentiras são vendidas por dinheiro", escreveu. "Percebi que não poderia continuar apoiando a desinformação do Spotify, que representa um risco à saúde entre os amantes da música."
A remoção da discografia de Young deve ocorrer na noite desta quarta-feira, de acordo com o The Wall Street Journal. Ele tinha na plataforma 2,4 milhões de seguidores e mais de 6 milhões de ouvintes mensais.
Rogan tem um acordo exclusivo de vários anos com o Spotify, no valor de 100 milhões de dólares, segundo relatos, além de um enorme número de seguidores.
Críticos dizem que seu podcast é um foco de teorias da conspiração e informações falsas, em especial sobre a pandemia. O apresentador desencoraja jovens a se vacinarem e defende o uso de Ivermectina, um remédio antiparasitário, para tratar o vírus.
Em um comunicado, a empresa declarou nesta quarta-feira que "todos queremos que todo o conteúdo de música e áudio do mundo esteja disponível para os usuários do Spotify. Com isso, vem a grande responsabilidade de equilibrar a segurança para os ouvintes e a liberdade para os criadores".
O streaming apontou ainda que tem "políticas de conteúdo detalhadas" e já removeu "mais de 20 mil episódios de podcast relacionados à covid desde o início da pandemia". Por fim, lamentou a decisão de Young e disse que "espera recebê-lo de volta em breve".
Em dezembro, uma carta aberta de 270 médicos e professores ao Spotify pediu à empresa que "moderasse a desinformação em sua plataforma".
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