Música

Vem aí o 1º Festival Online de Forró do Distrito Federal

Iniciativa da Associação de Forrozeiros do Distrito Federal (Asforró-DF) é uma forma de matar a saudade do arrasta-pé

Pedro Almeida *
postado em 20/01/2022 06:00
Transmissão on-line traz o melhor do forró do DF -  (crédito:  Divulgação)
Transmissão on-line traz o melhor do forró do DF - (crédito: Divulgação)

Após o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) ter declarado, em dezembro de 2021, o forró como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, a comemoração não poderia ser diferente: os forrozeiros brasilienses trataram de reunir a zabumba, a sanfona e o triângulo no 1º Festival Online de Forró do Distrito Federal na Cidade de Ceilândia. A festa, em formato virtual, vai até 19 de fevereiro, sempre às sextas e sábados, e pode ser acompanhada no YouTube.

Já se vão algumas décadas desde que os músicos nordestinos começaram a esboçar os primeiros acordes de forró na sanfona. Com início na década de 1930, o gênero ganhou força quando Luiz Gonzaga apresentou ao mundo a canção Forró de Mané Vito, em 1949. O artista pernambucano, que se tornaria o Rei do Baião, mudou para sempre os rumos da música brasileira. O retrato dos prazeres e dores da vida no Nordeste era recorrente nos versos, mas a esquina entre o grave da zabumba e o som estridente do triângulo, que impedia os ouvintes de ficarem parados, marcou o gênero. No forró, música e dança são inseparáveis.

Se o sertão era tema, a partida da terra amada também seria. Quando o presidente Juscelino Kubitschek, em 1960, fundou a nova capital brasileira, o êxodo nordestino rumo à cidade de oportunidades e esperança foi inevitável. Em Brasília, Ceilândia se tornou reduto dos novos moradores. "Quem tem o forró na veia e sai do Nordeste, não larga o ritmo em hipótese alguma", conta Marques Célio, presidente da Associação de Forrozeiros do Distrito Federal (Asforró-DF). A associação foi criada em 2004, mas alavancou somente em 2011, quando Marques tomou a frente.

O trabalho do cearense Marques Célio ganhou reconhecimento de Dominguinhos, um dos ícones do gênero, que veio a Brasília meses antes da morte, em 2013. A Asforró-DF, hoje, é referência no trabalho de manter viva essa vertente musical brasileira por excelência. Projetos em escolas, aulas e apoio a músicos locais são algumas das atuações.

Entre os projetos da associação, o evento Encontro dos Forrozeiros, que nasceu em 2007, era o carro-chefe. Sempre em dezembro, os trios, formação tradicional do estilo, se encontravam para festejar. O evento era data marcada no calendário dos músicos brasilienses, mas, em 2020, a pandemia impediu a realização. Para 2021, com o anúncio do reconhecimento do forró pelo Iphan, Marques não poderia deixar passar em branco e idealizou o formato on-line para matar a saudade do arrasta-pé. Nasceu, então, o Festival Online de Forró do Distrito Federal na Cidade de Ceilândia, um show on-line com os 42 trios associados à Asforró-DF. A celebração convida os forrozeiros a sintonizarem as telas, afastarem o sofá e festejarem em segurança.

Festival Online de Forró do Distrito Federal na Cidade de Ceilândia

On-line no canal Marques Asforró-DF, no Youtube. Dias 21 e 22 de janeiro e 4, 5 e 19 de fevereiro, sempre às 20h. 

*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco.

 

 

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