Pelos versos do Japão, líder do Viela 17, é possível conhecer Ceilândia inteira sem jamais ter posto os pés na cidade. Desde o começo da pandemia, o rapper vinha desenvolvendo a ideia de lançar um álbum com participações especiais, exaltando o lugar onde nasceu e vive até hoje. O projeto ainda não está pronto, mas os fãs do rap do DF já podem ter uma ideia do que vem por aí com a faixa-título Ceilândia west side, parceria com o rapper MV Bill, Marrom e Lucas Pimentel (Natiruts), disponível nas plataformas digitais desde o fim do mês passado.
Em referência à localização da cidade no quadradinho (Ceilândia fica no lado oeste do DF), Ceilândia west side terá 17 faixas, cada uma levando o nome de um bairro da região administrativa e contando com a participações de artistas convidados por Japão. "São pessoas que têm ligação com a cidade", explica o rapper. O próximo single, ainda sem data definida de lançamento, será Ceilândia Norte, com participação do rapper paulista Sombra (SNJ).
Ceilândia west side tem um significado especial para Japão, pois marca os 50 anos de vida dele e os 33 anos do rap no Brasil. "É um álbum de gratidão à Ceilândia por tudo que ela me proporcionou. Apesar da má fama, criada principalmente pela mídia e que não condiz com a realidade, sempre quis valorizar seu lado positivo", confessa Japão, que tem em Ceilândia uma de suas maiores musas inspiradoras para as suas letras. O que o artista garante é que em 27 de março, aniversário de 51 anos da cidade, será lançada a faixa Ceilândia Centro, em parceria com o cearense RAPadura Xique-Chico, conhecido por trazer para o rap elementos do cancioneiro nordestino.
Ceilândia Norte, Ceilândia Sul, Ceilândia Centro, P Norte, P Sul, Guariroba, Privê, Setor O, Expansão do Setor O, QNQ, QNR, Pôr do Sol, Setor Industrial, Nova Guariroba e Nova Ceilândia, cada uma dessas quebradas darão nome a uma faixa do Ceilândia west side. Muito embora o Sol Nascente tenha sido recentemente reconhecido como uma região administrativa separada de Ceilândia, também será homenageado no projeto. "Para mim, o Sol Nascente continua sendo Ceilândia e acredito que para a grande maioria dos moradores também seja assim", explica o artista.
Rap do DF
O próximo álbum do Viela 17 é uma grande homenagem à Ceilândia e ao rap do DF, ouvido e respeitado por todo o país. MV Bill fala da importância de Brasília para o cenário nacional do gênero e da parceria com o Japão. "Rap de Brasília é essencial para contar a história do rap brasileiro. É uma cena que sempre foi volumosa, com muitos grupos, muitos adeptos e muitos participantes, e não ficou somente em Brasília. Sempre mandou grupos para o Brasil inteiro. Brasília tem o meu respeito, em todos os aspectos", declara MV Bill. "Japão é um parceiro de longa data. É uma parceria que vai além da música. Talvez ele seja um dos poucos caras que consegue transitar amigavelmente em todas as gerações e vertentes do rap nacional. Para mim, estar fazendo um trabalho com ele é muito honroso. É umas das pessoas que mais gosto e admiro dentro do cenário do rap nacional".
Além de Bill, RAPadura, Pimentel, Sombra e Marrom, Ceilândia west side contará com outras parcerias de peso, como Marcelo D2 e Edi Rock, do Racionais MC's. Semana passada, Japão convocou um amigo de longa data para também entrar no álbum: X Câmbio Negro, outro nome de expressão do rap de Ceilândia. "Sou suspeito para falar, mas o Japão é um cara que faz história dentro do rap nacional. Ceilândia west side é um trabalho que vem para abrilhantar ainda mais a carreira dele, marcada por muita correria e amor pelo rap", assinala X.
Japão é o líder do Viela 17, que também é composto por DJ Gabj e Chris Soul. O álbum é um lançamento exclusivo do selo Viela 17 Music e Viela 17 Produções. A produção executiva fica por conta de Daniela Mara (produtora do grupo) e a produção técnica é assinada por Black Tape. Ceilândia west side ainda está sendo produzido e deve ser divulgado este ano.
*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco
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